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Entenda por que sites e aplicativos falam o "brasileirês"

26/10/19 às 09:25 - Escrito por Redação Tarobá News
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Muito comuns na língua portuguesa, os estrangeirismos fazem parte da rotina de milhares de brasileiros

Pen drive, outdoor, bomboniere, propaganda… Se você mora no Brasil, com certeza já utilizou essas palavras mais de uma vez. E, provavelmente, você sequer sabia que a origem desses termos está bem distante do significado que damos para eles por aqui.

Chamadas de estrangeirismos, essas expressões estão presentes no dia a dia de quase todos os brasileiros devido à nossa herança colonial e à atualidade globalizada. Muitas delas podem causar dúvidas, como falar e escrever “black friday”, por exemplo.

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Boa parte dessas expressões têm seu significado original alterado, seja propositalmente ou devido ao uso informal que recebem.

Propaganda, por exemplo, não significa comercial, mas a propagação de doutrinas.

Já a expressão pen drive não existe em outros países, que utilizam o termo USB Stick ou flashdrive para se referir ao dispositivo de armazenamento de arquivos digitais.

Alguns outros estrangeirismos, como smartphone, tablet e notebook foram assimilados pela língua portuguesa, mantendo seu significado original.

Na opinião de alguns linguistas e estudiosos da língua portuguesa, principalmente os mais ortodoxos, a presença dessas expressões ameaça a soberania da língua, empobrece e até mesmo dificulta a comunicação.

Para outros, a presença de palavras de origem estrangeira em uma determinada língua é um fenômeno natural, fruto da globalização e das trocas interculturais.

O que é estrangeirismo?

Chamamos de estrangeirismo o uso de palavras, expressões ou construções estrangeiras que tenham ou não equivalentes na língua portuguesa. E, apesar de muito frequentemente associada aos temas relacionados à tecnologia, a presença dessas expressões no dia a dia de muitos brasileiros é bastante antiga.

Termos muito comuns em nossa língua, como abajur e ateliê derivam das palavras francesas abat-jour e atelier, respectivamente. Mesmo futebol, o esporte mais popular no país, deriva do termo inglês football.

 

De acordo com Ieda Maria Alves, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade de São Paulo (USP), o uso de estrangeirismos não se dá pela importação de palavras, e sim de fatos e acontecimentos que determinam a cultura de um país. Como consequência disso, trazemos a expressão em si também.

Estrangeirismos no mundo corporativo

 

O uso de palavras de origem estrangeira em empresas também é muito comum. Entre deadline e feedback, as chances são de que todas as pessoas inseridas em rotinas corporativas já tenham entrado em contato com algum dos estrangeirismos mais comuns da área.

Cláudio Santos, diretor de Negócios Estratégicos de Governo e Healthcare da Wolters Kluwer, acredita que esse movimento seja natural. “Como a maior parte das multinacionais são americanas, é mandatório ter vocabulário em inglês para poder se comunicar com clientes e com outras unidades”, diz.

 

Já para o publicitário Rafael Hessel, o uso desses termos em ambiente corporativo pode ser um pouco exagerado. “Podemos nos policiar um pouco mais”, completa.

Como o estrangeirismo afeta marcas e produtos internacionais

 

Assim como algumas palavras e expressões podem ganhar significados distintos quando incorporadas a outro idioma, é importante que empresas e produtos estrangeiros se adéquem à realidade e à cultura do país em que buscam se consolidar. Caso contrário, é possível que encontrem dificuldades em conquistar público.

Empresas que chegam ao Brasil, por exemplo, precisam se adaptar à forma como nos relacionamos com a compra de produtos e serviços.

Além disso, essas empresas devem levar em consideração aspectos ainda mais expressivos de nossa cultura, como paladar, receptividade e até mesmo a forma como falamos nosso próprio idioma, que varia significativamente dependendo da região do país.

Uma franquia de padarias do sul do país, por exemplo, precisaria adequar sua linguagem caso desejasse ter lojas abertas em todas as regiões do Brasil.

Com base nessas análises, diversas empresas estrangeiras alteram nomes e mesmo receitas de alguns produtos para aumentarem sua aceitação pelo público brasileiro.

A rede de fast-food Mc Donald’s, por exemplo, promoveu uma ação de publicidade em que alterou a fachada de algumas de suas lojas em São Paulo e no Rio de Janeiro, expondo seu nome em “brasileirês”. A ação conquistou os fãs do “méqui”.

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