A cidade de São Paulo foi certificada pelo Ministério da Saúde como município que eliminou a transmissão vertical do HIV, que é aquela de mães que vivem com o vírus para seus bebês. Outras duas cidades, ambas no Paraná, haviam obtido a certificação: Curitiba e Umuarama.
Segundo Cristina Abbate, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, a realização do pré-natal de forma adequada é o principal fator de prevenção à transmissão vertical, por permitir o diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento.
A disponibilização do teste de HIV, o monitoramento das gestantes e a capacitação dos profissionais estão entre as ações realizadas pelo município.
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De acordo com o ministério, municípios com mais de 100 mil habitantes são elegíveis para a certificação. Para isso, devem atender a critérios da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) e da OMS (Organização Mundial da Saúde), como a qualidade dos programas e serviços de saúde e de vigilância epidemiológica, entre outros critérios.
A certificação leva em conta também indicadores epidemiológicos dos últimos três anos: é preciso ter taxa de incidência (casos novos) menor que 0,3 crianças a cada 1.000 nascidos vivos e proporção anual de crianças infectadas pelo HIV, entre as crianças expostas ao vírus acompanhadas pelo SUS, menor que 2%.
Ainda é exigido que, nos últimos dois anos, mais de 95% das gestantes tenham realizado pelo menos quatro consultas de pré-natal; que mais de 95% das grávidas tenham realizado pelo menos um teste de HIV; e que ao menos 95% das gestantes diagnosticadas com HIV e das crianças expostas ao vírus estejam em uso de terapia antirretroviral.
Para além das relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de seringas e acidentes com materiais biológicos, o HIV também pode ser transmitido diretamente da mãe que vive com o vírus para o bebê. Esse tipo de transmissão pode acontecer durante a gestação e também na amamentação.