O combate à sífilis é uma das prioridades da Secretaria de Estado da Saúde. Reduzir a transmissão da doença, ampliar o diagnóstico e o tratamento da sífilis adquirida, congênita e na gestação são as metas até 2022. A orientação foi destaque nesta terça e quarta-feira (10 e 11) durante um encontro em Curitiba com representantes das 22 Regionais de Saúde do Paraná e da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
De acordo com a secretaria, a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível e uma questão preocupante para a saúde pública. Tanto a sífilis adquirida, cuja transmissão é predominantemente sexual, como a sífilis na gestação, com a transmissão da mãe para filho, podem ser evitadas com uso de preservativos. A detecção por meio de testes rápidos permite o diagnóstico, que o paciente tome os cuidados para evitar a transmissão e, ainda, o tratamento precoce.
ESTRATÉGIAS - O Paraná lançou neste ano a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical da Sífilis Congênita para os municípios que atingirem os indicadores estabelecidos pelo Governo do Estado, e que são baseados em critérios do Ministério da Saúde e organismos internacionais da área. Eles abrangem ações de prevenção à transmissão vertical, que vão desde o acolhimento da mulher na unidade de saúde, passando pela saúde sexual e reprodutiva, até a gestação e o parto, com uma integração entre as políticas de saúde e os serviços.
Leia mais:
Paraná decreta situação de emergência em saúde pública para dengue
Regional de Londrina é líder em casos de dengue no Paraná, segundo boletim
Saúde disponibiliza novas doses da vacina bivalente para grupos prioritários
Criança terá que esperar por consulta com cardiopediatra até março de 2024
“Trata-se de uma proposta inédita no País e nosso objetivo é incentivar e aprimorar os processos para a eliminação da sífilis congênita, que ainda é a segunda principal causa de morte fetal evitável em todo o mundo” afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
O Paraná foi pioneiro na descentralização de testes rápidos para os municípios e promove o acesso ao tratamento imediato, no momento do diagnóstico, além da oferta de medicamentos para o tratamento. “Capacitamos neste ano mais de 1,5 mil profissionais de saúde na atualização sobre as ISTs”, destaca a chefe da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Mara Franzoloso.
“Em 2020, vamos incentivar os municípios para a busca da certificação estadual. Assim atingiremos nosso objetivo, que é a redução dos casos de sífilis no recém-nascido, alcançando a eliminação da sífilis congênita em nosso estado”, disse. “Estamos com o quadro profissional capacitado, em uma integração entre a Vigilância e Atenção Primária à Saúde, com o diagnóstico e tratamento disponíveis em toda a rede pública do Estado.
Ela acrescenta que com estas ferramentas e com a conscientização da importância do tratamento adequado da gestante, além de parcerias, será possível certificar vários municípios do Estado no próximo ano.
INCIDÊNCIA- Em 2018, o Paraná registrou 88,8 casos de sífilis adquirida para cada 100 mil habitantes. No Brasil, foram 75,8/100 mil habitantes e, na região Sul, 123,7/100 mil pessoas.
Ainda no ano passado, a sífilis congênita no Estado apresentou uma taxa de 5,6 para cada 1.000 nascidos vivos. No Brasil a taxa foi de 9,0 por 1.000 nascidos vivos e, na região Sul, 8,9/1.000 nascidos vivos.
A taxa de sífilis na gestação foi de 15,5 para cada 1.000 nascidos no Paraná, enquanto que no Brasil e na região Sul as taxas foram de 21,4 e 23, respectivamente.
“É preciso afirmar ainda que boa parte dos casos registrados de sífilis adquirida e de sífilis em gestantes se explica pela melhoria e sensibilidade na detecção da doença, na atenção e cuidado no atendimento pré-natal e no acompanhamento no parto e puerpério na rede de Atenção à Saúde do Paraná”, complementa Mara Franzoloso.
Aen PR