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Livro que faz alusão à pedofilia é recolhido das escolas municipais de Londrina

05/06/17 às 12:01 - Escrito por Redação Tarobá News
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O livro "Enquanto o sono não vem" foi distribuído pelo Ministério da Educação pelo Programa Nacional do Livro Didático para alfabetização da idade certa. Na introdução, diz que é recomendado para turmas do 1º ao 3º ano, ou seja, de 6 a 8 anos. Trata-se de uma coletânea de contos de José Mouro Brant. Um deles, é "A triste história de Eredegalda", que começa contando: "Eram três filhas de um rei. Todas três eram belas. A mais bela de todas Eredegalda se chamada. Um dia seu pai lhe disse: '- Se quiseres casar comigo, serás a minha esposa, e tua mãe, nossa criada'."

Foto: Flavio Garcia/TV TarobáFoto: Flavio Garcia/TV Tarobá

Ao recursar o casamento, Eredegalda é trancada numa torre pelo pai e se alimenta apenas com carne salgada e não bebe água. Ela pede ajuda aos familiares, mas em vão. A personagem chora lágrimas de sangue e os cavaleiros são chamados. Quando chegam, a princesa está morta.

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Isso tudo num livro colorido, bem produzido e atraente para crianças. O exemplar veio numa caixa de livros que foi distribuída às 84 escolas municipais. A reclamação partiu de uma professora na última quinta-feira (1º) que, ao ler a história, ficou chocada. "Eu acredito que essa história não deve estar num livro infantil. Assim como na TV existe classificação de idade para assistir certos programas, o livro também tem. Essa história é muito forte, faz um crime de abuso parecer normal", explica a secretária de educação Maria Tereza Moraes.

Os livros foram encaminhados para a Secretaria Municipal de Educação, que devem fazer uma avaliação pedagógica. Depois, serão devolvidos para o Ministério da Educação. "Os exemplares já foram recolhidos das escolas e as crianças não tiveram acesso a eles", diz Maria Tereza.

A psicopedagoga Thayssa Brasil avalia a situação como um absurdo. "A criança com 6 a 8 anos está numa fase lúdica, de encantamento da leitura, dos contos de fada. E ao se deparar com uma história dessa, a criança tem que assimilar coisas que não fazem parte da sua realidade. Então, ela começa a analisar o pai, que era para ser o herói, com o vilão".

Ela chama a atenção ainda para a importância de controlar o que as crianças assistem e leem. "Isso vai trazer alguns conceitos para as crianças e o adulto deve trabalhar a forma de como ela vai receber esse conceito. Quando eu li o texto, fiquei muito triste, porque é uma história de abuso infantil e enquanto a gente tenta combater o crime, do nada, quase fica evidente dentro de uma sala de aula", fala Thayssa.

O Ministério da Educação, que também teve problemas com este livro em outros estados, informou em nota que o processo de seleção e avaliação de livros desse programa foi realizado e publicado em 2014, ainda na gestão anterior, pela Universidade Federal de Minas Gerais. A atual gestão do MEC está revendo todo o processo de seleção dos livros didáticos e paradidáticos, visando a melhoria da qualidade da educação brasileira.

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