O titular da 7ª Promotoria do Patrimônio Público, Sérgio Ricardo Cezaro Machado, avaliou documentos encaminhados ano passado ao Gaeco através do vereador Fernando Hallberg (PDT), decidindo investigar oficialmente a polêmica compra de seis módulos com operação subterrânea e duas lixeiras orgânicas cada, adquiridas no início de dezembro do ano passado. Por terem moderna tecnologia espanhola, mantendo resíduos e mau cheiro abaixo da superfície até o encaminhamento final. O inquérito levantará se houve mesmo fraude de direcionamento na licitação vencida pela empresa Contemar Ambiental Comércio de Conteiners, ao custo de quase R$ 85 mil cada par.
Hallberg já tinha levado suas dúvid as ao Tribunal de Contas do Estado, após descobrir que, cerca de meses antes, a mesma fornecedora entregou produto igual na prefeitura de Guarapuava, cobrando R$ 13 mil menos cada módulo. Naquele município, duas outras firmas disputaram e perderam. No certame em Cascavel, elas foram convidadas e declararam desinteresse. Segundo a fiscalização de Hallberg, ambas disseram em formulários idênticos não trabalharem com o produto. "Em seis meses a concorrente ficou sozinha e Paranhos acha legal pagar R$ 150 mil a mais?"," questiona o opositor, para quem o MP vem cumprindo seu papel com isenção. O TCE suspendeu novas aquisições, já que quatro unidades foram instaladas no centro e outro tanto estava sendo encomendado. Paranhos nega ter havido direcionamento, se coloca ao dispor da Justiça e classifica Hallberg como oposicionista desleal, caroneiro, oportunista e pirotecnista mal intencionado.
O parlamentar se diz entristecido ao saber que sua fiscalização desestabiliza o chefe do Executivo e resultou nas decisões das autoridades provocadas. "Não estou dando pulos de alegria, como pode pensar o atrapalhado prefeito. Pelo contrário, fico preocupado diante da gravidade de tais questões. E nem a população gosta dessas suspeitas. Por isso é necessário aguardar os resultados do inquérito aberto contra o prefeito e conhecer as providências", avalia o pedetista. Ele confirma ser alvo de processos judiciais movidos por Paranhos. O da compra de lixeiras disse que o parlamentar praticou injúria, calúnia e difamação. A argumentação do prefeito foi considerada sem fundamento e o MP arquivou. O procurador geral do Município, advogado Luciano Braga Cortes, explica que toda a notificação da Justiça sobre qualquer assunto é avaliada e respondida conforme a legislação. O governo municipal não tem nada a ocultar, garante.