Comportamento

Ecossistema de inovação: integrar para crescer


17/10/19 às 19:41 - Escrito por Redação Tarobá News

Para onde vai Londrina? Esta foi a provocação apresentada durante a Trilha da Acil que reuniu governanças de diversos setores da cidade. Entre as soluções apresentadas, todas convergiam para o mesmo norte: integrar forças para criar um ambiente favorável à inovação.

Em 2017, a Fundação Certi realizou um estudo identificando setores econômicos inovadores na cidade. Depois de ouvidos mais de 60 empresários e acadêmicos, foram eleitas seis áreas inovadoras em Londrina: Tecnologia da Informação, Eletrometalmecânico, Químico e Materiais, Agronegócio, Saúde e Construção Civil.

“Cada um destes setores está trabalhando na inovação, unindo empresários à academia, para criar alternativas de mercado em busca de resultados”, afirma Marcus von Borstel, representante do APL de TI de Londrina, um dos arranjos pioneiros do país, criado em 2006.

Um exemplo de governança bem-sucedida está no setor audiovisual de Londrina. Criado há apenas dois anos, o arranjo já conseguiu atrair R$ 4 milhões em recursos para a cidade.

“Nosso setor vem crescendo em média 8% ao ano, mas depende muito de investimentos do governo. Éramos desorganizados, mas conseguimos unir as produtoras. Depois de dois anos, fomos a primeira cidade do interior a conseguir um edital da Ancine. Esses R$ 4 milhões vão movimentar a economia criativa da cidade. E agora cidades do interior de São Paulo e outras regiões do país estão nos procurando para copiar o modelo”, revela o cofundador da Kinopus, Guilherme Pegoraro.

A construção civil entrou tardiamente nesta área de governança para inovação. Mas a união de uma série de entidades com as universidades acelerou o processo. Em 2018, a realização de um hackaton abriu os horizontes para o setor. “Conseguimos chamar a atenção de toda a comunidade para propor inovação. Já temos 25 construtechs operando, uma startup que está em fase final de produto que deve ir para o mercado em 60 dias. Um produto inovador feito por gente que ainda está estudando engenharia”, ressalta o engenheiro Gerson Guariente Junior, reforçando que o próximo passo é colocar estas construtechs em contato com as grandes construtoras da cidade.

Para Paulo Leite, coordenador do Inovemm, ligado ao setor de eletrometalmecânico, é preciso aproveitar o ambiente de inovação para desenvolver o potencial industrial de Londrina. “A região tem 8 mil empresas, 20 mil empregos diretos e faturamento de R$ 5 bilhões nesta área. O potencial é muito maior do que isso. Nosso desafio é desenvolver as governanças, transformar ideias em produtos, ser competitivo. Se a empresa não vem pela logística, que é um ponto fraco nosso, temos que ser melhores que os outros na criatividade, romper essa barreira da logística. Quanto mais a gente gerar sinapse e fazer as coisas acontecerem, as ideias vão fluir”, pontua.

O advogado e economista Rafaello Pedalino comunga da ideia. Há três anos, ele representa na cidade a Founder, uma aceleradora de ideias, pessoas e startups em estágio inicial sem fins lucrativos. “Se existe a falta de estrutura, a dificuldade física na saída e chegada da cidade, é preciso buscar alternativa na digitalização. A Tecnologia de Informação é perfeita para burlar esta falta de estrutura física”.


Assessoria Lidere