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Cadê o cuidado com as nossas crianças?

05/10/17 às 16:03 - Escrito por Sou Chef
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Nesta semana muitas notícias horrorosas envolvendo crianças apareceram pra deixar o mundo ainda mais preocupado sobre até onde vai a maldade humana.

Uma criança de quatro meses (isso mesmo! 4 meses de vida), foi diagnosticada com uma DTS (doença sexualmente transmissível) na cidade de Ponta Grossa – PR. É gente! Uma doença que só pode ser transmitida através de contato sexual, em um bebê de 4 meses. A mãe, usuária de drogas, nem sabia dizer quem poderia ter feito isso com a criança, já que muitas pessoas (também usuárias) passavam pela sua casa todos os dias. Um exame confirmou que não houve estupro, mas o sêmen encontrado na criança demonstra o abuso.

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Depois veio um caso lá do Piauí, onde um menino de 11 anos foi deixado na cadeia, na cela de um homem que cumpre pena por estupro e pedofilia. Após investigação, foi descoberto que os pais deixaram o menino por lá, porque esse homem preso era um “amigo da família”, que dava dinheiro, comida e agrado para os filhos do casal. Aliás, o pai do menino era colega de cela desse detento. Os dois cumpriam pena por estupro. Não deu tempo do preso agir... não foi confirmado abuso, mas não consigo enxergar outro motivo para uma criança ficar junto a um pedófilo na cadeia, a não ser um acerto de contas com o pai, que ganhava as vantagens. Os pais perderam a guarda do menino.

E hoje, uma outra coisa absurda (que dessa vez não envolve pedofilia). O porteiro de uma creche, em Janaúba, em Minas Gerais, que sofre de problemas mentais, foi responsável pela morte de pelo menos 5 pessoas. Quatro crianças e uma professora. Ele estava revoltado porque havia sido exonerado do cargo, e jogou gasolina e ateou fogo nas crianças, e depois nele mesmo. (ele morreu durante a tarde) 25 pessoas ficaram feridas, 8 delas em estado grave.

O que está acontecendo com o mundo, gente????  Cadê aquela ideia de que todos somos responsáveis pela segurança e integridade nas nossas crianças?? Será que não tem mais jeito?

Olha, eu desanimo demais ao ver todas essas notícias, e ainda ver gente apoiando essas chamadas “manifestações artísticas”, que tem exposto ao ridículo a sexualidade.

Pode me chamar de conservadora, de ultrapassada, do que for. EU NÃO ENTENDO E NÃO ACEITO ESSA “ARTE”.

Aqui em casa, quando o Márcio precisa dar banho na Fernanda, ele sempre usa cueca. Não fica nu em frente a nossa filha que tem só dois anos e meio. O irmão dela também não fica pelado na frente da Fer, e nem ela na frente dele. Não vejo necessidade disso acontecer. Não imagino que deixar a nudez ser algo tão banal traga algum benefício pra criança.

Acho que a sexualidade é um tabu? Não! Mas acho que esse é um assunto que deve ser tratado em casa, com responsabilidade, com consciência.

Aqui em casa não é assistido nenhum programa que incentive a sexualidade, como novelas e reality que abusem dessa amostra do corpo.

Não acho legal. Não acho legal quando vejo vídeo de menininhas dançando funk.

Não acho legal expor crianças a músicas que falem palavras ofensivas ou que depreciem as mulheres, ou vulgarizem o sexo.

Caramba. O mundo tá virado nisso! Onde você olha tem exposição.

Da mesma maneira que tanto nos falam que temos que aceitar as diferenças culturais / sexuais e afins, acho que poderiam dar um pouco mais de chance para nós que ainda queremos cultivar costumes mais conservadores.

Não tenho preconceito a nada. Respeito o espaço de todos, mas também quero ser respeitada.

A Carta Capital fez uma entrevista interessantíssima com a presidente do Instituto Cores, Caroline Arcari, que é especialista em educação sexual. Aqui vai um trecho:

Carta Capital: De que forma a exposição e a interação de uma criança com um homem nu pode afetar seu entendimento sobre privacidade, consentimento e abuso?

Caroline Arcari: Na medida em que essa interação se encerrar nela mesma, sem objetivos educativos. Se a exposição e a interação entre a criança e o artista não estiver intimamente ligada ao diálogo e orientação por parte dos responsáveis, isso pode ser prejudicial à criança sim.

É importante pensarmos que uma criança tocar no corpo de um estranho nu pode trazer confusão quanto ao entendimento sobre consentimento, a diferenciação entre toques de afeto e toques abusivos e os limites quanto à privacidade e segurança em relação ao próprio corpo, caso ela não seja orientada: quanto mais nova a criança, menor a capacidade de fazer distinção entre a fantasia, o lúdico, a arte e uma situação real de violência sexual potencial.

Enquanto nós adultos temos ferramentas suficientes para entender que, naquele contexto, a nudez tinha um significado específico, a criança ainda não compreende essa diferença e pode ficar vulnerável à violência sexual ao naturalizar aquele contato.

Carta Capital: Aquela performance traria algum benefício para a educação sexual da criança?

Caroline Arcari: Eu diria que traz mais benefícios à criança desenvolver a noção de privacidade e limites quanto ao corpo do que participar de performances assim, principalmente na faixa etária abaixo dos 10 anos. E falar isso não significa condenar a nudez, criminalizar a arte ou a performance artística. Significa que é muito coerente colocarmos na balança o impacto da participação no desenvolvimento da criança.

Ademais, não expor a criança à nudez adulta não a impedirá de conhecer as diferenças sexuais, as descobertas sobre o corpo. Para isso existem livros, literatura, jogos pedagógicos, famílias e bonecos sexuados adequados à cada faixa etária.”

A entrevista completa está neste link, se você tiver interesse:

https://www.cartacapital.com.br/sociedade/eu-desencorajaria-os-pais-da-possibilidade-de-uma-crianca-tocar-o-corpo-de-um-homem-nu

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