Oi, gente! Peço um pouquinho de paciência de vocês, porque o post de hoje é #textão. Mas, de coração, queria que vocês acompanhassem cada parágrafo. Faz tempo que quero falar sobre o Pablo Tomas da Silva, o motorista super simpático de Cascavel.
Ele poderia apenas dirigir. Poderia somente parar nos pontos e abrir as portas do coletivo. Poderia muito bem deixar os passageiros embarcarem sem sequer mexer a boca. Já estaria cumprindo sua função muito bem, obrigado. Mas longe dessa frieza, Pablo gosta mesmo é de quebrar as caras sisudas com largos sorrisos e simpáticos cumprimentos. É quase uma afronta as feições marrentas que diariamente passam pelos ônibus do transporte urbano de Cascavel. Um desafio para os narizes torcidos e rostos cabisbaixos. Escutar o “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite” do Pablo é como ouvir: “e aí, meu filho! Duvido continuar com essa cara amarrada depois de toda a minha demonstração de educação e sensibilidade”.
Eu fui uma dessas pessoas impactadas pelo poder da simpatia gratuita do Pablo. Num dia qualquer, na correria entre um trabalho e outro, fui desconsertada pelo jeito simples e alegre do motorista me cumprimentar, pela música bonita que ele cantarolou ao longo do trajeto, e pela frase motivadora que ele disse ao estacionar no terminal de transbordo: “chegamos bem, pessoal! Graças a Deus! Boa semana para todos”. E antes de tocar o busão para mais uma viagem, ele chega pertinho da catraca, olha para galera e perguntam se todos estão bem.
Para comigo e pensa: quantas pessoas hoje tiveram o carinho de perguntar se você está bem? Mas não é aquele “oi, tudo bem?” corriqueiro que eu estou falando. É sobre olhar de fato para você e demonstrar preocupação. Não é só sobre perguntar, é sobre desejar que o outro esteja bem. E se não estiver tudo certo, que aquela atenção seja um faísca para alimentar uma esperança.
Alanna Lima sabe muito bem do que essa gentileza é capaz. Passageira de Pablo, ela se surpreendeu com a atitude dele e viu aquele otimismo todo reverberar! “Lembro bem da primeira vez que peguei ônibus com ele. Foi umas duas semanas antes do Natal de 2015. Meu dia estava ruim, porque estava procurando emprego e não conseguia, isso me abateu. E quando entrei no ônibus e vi o quanto ele foi gentil, percebi que talvez eu estivesse de mal com a vida por pouca coisa. Eu entrei, ele me cumprimentou, brincou com todos que estavam no ônibus. E depois falou de Deus pra mim. Aquilo me deu muita força”, conta Alanna, que dois dias depois desse encontro recebeu a notícia de que tinha sido contratada na empresa em que havia feito entrevista.
Alanna quis retribuir o gesto e fez uma campanha pela internet para arrecadar doações para deixar o fim de ano de Pablo tão bonito quanto o jeito dele. Assistam ao vídeo e vejam que lindo foi o dia da entrega dos presentes:
https://www.facebook.com/alanna.lima.581/videos/vb.100005324460749/472263406294471/?type=2&theater
Na época, Pablo ficou #famosão. Apareceu nos jornais, ficou conhecido como o motorista mais gente boa de Cascavel, recebeu homenagens nas redes sócias... Ficou grato e feliz. Inclusive, o Jornal Tarobá exibiu uma reportagem com ele. Vamos relembrar?
Mas os holofotes não duram muito tempo. Logo, as câmeras já não estavam mais voltadas para ele. E sabe o que Pablo fez? Continuou dizendo “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”. “Peguei ônibus com ele várias outras vezes. Sempre é a mesma pessoa: gentil e educado”, elogia Alanna.
Dia desses, também revi o Pablo. Subi no ônibus e ele soltou: “Boa tarde, tava sumida!”. Ele reparou que fiquei algum tempo sem fazer aquele trajeto. Ele presta atenção nos rostos das pessoas. Ele é o que todos nós deveríamos ser! #porummundocommaisPablos