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Fim da Sercomtel?

28/07/17 às 09:26 - Escrito por Fernando Brevilheri
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A Sercomtel nasceu em 1968 e desde sua inauguração cravou números que lhe conferiram o título de melhor operadora de telefonia do país. Sempre na vanguarda, orgulhou os londrinenses quando em 1995, emplacou uma foto histórica na revista VEJA de uma vendedora de cachorro quente empunhando um celular (aquele Motorola com flip apelidado de tijolão) em frente ao terminal urbano. No início dos anos 90, celular era artigo de luxo e se restringia a pessoas de alto poder aquisitivo. Com o processo de privatização das Teles a pequena mas eficiente operadora mudou a natureza jurídica para S/A com intuito de fazer frente a nova realidade. O país foi dividido em áreas, e grandes consórcios passaram a operar a telefonia fixa e celular. Foi aí que a Sercomtel começou a mostrar fadiga. Sem lastro financeiro e limitada pela sua área de atuação ocorreu o inevitável. Gigantes como Tim, Vivo e Claro ofereceram produtos competitivos e aos poucos foram ocupando o mercado de Londrina e Tamarana.

O ex-prefeito Nedson Micheletti do PT, propôs a venda da Sercomtel Celular, mas os vereadores criaram uma lei jogando o futuro da operadora nas mãos da população por meio de um referendo. E o londrinense disse não. A Sercomtel que vinha sobrevivendo mas com déficit crescente está enfrentando agora a maior crise da sua história. Seu patrimônio é de cerca de R$ 70 milhões e a dívida de R$ 238,9 milhões ante uma receita anual bruta de R$ 251,3 milhões (dados de 2016). O prejuízo é de 190 milhões. A Anatel já colocou a faca no pescoço do prefeito Marcelo Belinati que fala em alto e bom som que o único caminho seria uma parceria com a Copel, aporte de recursos acompanhados de um plano audacioso de corte de gastos e aumento nas vendas. Se isso não acontecer, a Anatel pode cassar a concessão da Sercomtel e a operadora terá que fechar as portas. Belinati já conversou com o governador Beto Richa, mas fontes do mercado garantem que não querem a Sercomtel nem de graça. A Copel (sócia minoritária com 45% das ações) teria oferecido sua parte à prefeitura por R$ 1 a ação.

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Em 1998, o ex-prefeito Antonio Belinati vendeu 45 por cento das ações da Sercomtel para a Copel. Parte do dinheiro foi para pagar dívidas do município, algumas obras e o restante sumiu. A suspeita é que quase 111 milhões (valores da época) tenham sido desviados no chamado escândalo AMA/COmurb que entrou nos bolsos dos corruptos e ajudou a irrigar campanhas eleitorais da época.

A Sercomtel no formato de autarquia ou mesmo S/A, teria dificuldades em sobreviver num ambiente extremamente concorrido como das Telecomunicações. Mas gestões políticas desastrosas contribuíram para acelerar a decadência da operadora.

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