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Leia Organa, de Carrie Fisher, é a pureza da esperança

13/12/17 às 06:40 - Escrito por Estadão Conteúdo
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Luke Skywalker é o herói? Era? Talvez o mundo fosse quadrado (leia-se: machista) demais para perceber a força de Leia Organa, a princesa de Alderaan, transformada em líder da rebelião contra o temível imperador Palpatine. Luke assume o holofote, é a sua jornada a ser contada na trilogia inicial de Star Wars. Ma sé um dos Skywalkers. Quando, ainda jovem, parte no meio do seu treinamento para enfrentar Darth Vader em O Império Contra Ataca, o jovem Jedi imprudente exibe ao Mestre Yoda a face tempestuosa que lhe aproximará do Lado Negro da Força.

Luke Skywalker nunca foi o herói ideal a carregar os Jedi adiante. Ao ver o aprendiz partir, Yoda diz: "Ainda há outro." Ou outra, no caso. Leia é o oposto do seu irmão em personalidade, igualmente forte na Força, embora nunca treinada. Enquanto Luke tem dificuldade em lidar com a raiva e a frustração e isso o aproxima perigosamente do lado sombrio dos Sith e o afasta do caminho Jedi, Leia é a representação máxima da esperança. A figura que jamais cairia.

Ficou, contudo, no segundo plano da trajetória de Star Wars, sem sequer herdar o sobrenome perigosíssimo de Skywalker. Permaneceu Organa, como era quando foi adotada. Os Últimos Jedi, tal qual O Despertar da Força, tem a função de estabelecer a personagem de Carie Fisher no lugar de destaque que sempre lhe foi devido - em uma das cenas mais emocionantes do filme que estreia no Brasil na madrugada desta quarta, 13, para quinta, ela prova que a Força é poderosa nela, sim.

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Fisher morreu no fim do ano passado, em dezembro. Os Últimos Jedi é sua despedida. E que adeus, meus amigos. Leia nunca foi tão poderosa e, ao mesmo tempo, serena. A luta nunca foi totalmente vencida ao final de O Retorno de Jedi, quando Vader e Palpatine perecem. Han Solo partiu. O filho deles, Ben Solo, tornou-se Kylo Ren e trilhou o caminho maligno do avô. O irmão Luke decidiu se ausentar da briga por perceber um distúrbio no equilíbrio da força. Restou a ela, Leia, a função de agrupar aqueles que gostariam de ver o Império - e, agora, a Nova Ordem - derrotados.

Os números não lhe favorecem, as estratégias inimigas são cada vez mais agressivas, e Leia sente cada perda, cada vida rebelde que se vai nas ações militares. Tem candura e compaixão. Tem também um brilho no olhar, um desejo pela vitória. E, principalmente, pelo fim dessa guerra que foi iniciada em 1977 (para a gente, pelo menos, tão distante dessa galáxia onde batalhas inteiras são resolvidas com um duelo de sabre de luz).

A Leia de Fisher, 40 anos da estreia do primeiro Star Wars, ganha sua versão mais digna e justa. Foi preciso desse tempo todo para escancarar a fragilidade masculina do universo criado por George Lucas. Fisher se foi sem aproveitar o gosto de ver sua personagem tratada como merece. Mas deixa Rey, vivida por Daisy Ridley, com um belo caminho pela frente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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