A música de Chopin contorna de mais emoção o clássico de Alexandre Dumas Filho, que recebeu versão coreográfica do Ballet de Londrina. Prestes a completar 25 anos, a companhia oficial da cidade ousa ao regressar às linhas clássicas e fundi-las à sua linguagem contemporânea no espetáculo “A dama das camélias”, que estreou no Festival Internacional de Música deste ano, numa produção em parceria com a Funcart – Fundação Cultura Artística de Londrina. Após a estreia, o público terá a oportunidade de rever a montagem nesta quarta-feira, dia 10, às 20 horas, no Teatro Ouro Verde, dentro da programação do 16° Festival de Dança de Londrina. Os ingressos custam R$10 e 5 (meia-entrada) e estão disponíveis nos pontos de venda do evento (na Funcart, Loja Shop Ballet ou bilheteria do Teatro Ouro Verde). A classificação indicativa é de 14 anos.
“A Dama das Camélias” conta a história de Marguerite Gaultier, cortesã de luxo que se apaixona por um homem de família nobre, o estudante de direito Armand Duval. O encontro se dá no Teatro de Variedades, onde assistem à trágica obra Manon Lescaut, sem perceberem que vislumbram ali o seu próprio destino. Na estratificada sociedade do séc. XIX, trata-se de uma relação impossível, proibida. Após uma interferência decisiva do pai do rapaz, a renúncia de Marguerite e o fado de sua doença, a obra conduz o público por um pas de deux em que o amor e a separação eterna dançam juntos.
A versão do Ballet de Londrina tem direção geral de Marciano Boletti e coreografia partilhada com Leonardo Ramos. Ela funde a conhecida movimentação clássica com criações autorais dos coreógrafos e dos bailarinos. Persiste a emoção desta triste história de amor e a eternidade de temas que a obra toca com sutileza, como a efemeridade dos luxos e riquezas e a fragilidade humana diante dos avessos da vida. Motivo de grande escândalo e repercussão na ocasião do seu lançamento, em 1848, “A dama das camélias” marcou época por colocar essa protagonista num papel libertário e ousado, em que pese seu trágico destino. Desde então, ela recebeu versão para o teatro, para a ópera e, no fim do século XX, para a dança.
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O espetáculo londrinense chama a atenção pela beleza, pela técnica e pela refinada produção. São vários cenários que materializam os aposentos de Marguerite, o Teatro de Variedades, o salão de festas, dentre outros. O estilista Rhafael Magalhães também desenhou e confeccionou mais de setenta figurinos que são utilizados pelo elenco que traz, além da companhia, outros atores e bailarinos convidados.