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Livro retrata as transformações urbanas de Londrina na década de 1950

23/11/17 às 09:16 - Escrito por Redação Tarobá News
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Marcada por intensas transformações na paisagem urbana de Londrina, a década de 1950 é o tema do mais recente livro dos pesquisadores Paulo César Boni e Rosana Reineri Unfried, ambos filiados ao Grupo de Pesquisa Comunicação e História do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O livro Transformações urbanas: a Londrina da década de 1950 pelas fotografias de Oswaldo Leite (EDUEL, 224 páginas) será lançado dia 29 de novembro, quarta-feira, às 20h00, no Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss. No lançamento, o exemplar será vendido a preço promocional (R$ 30,00). Depois do lançamento, ele estará à venda na Livraria da UEL (campus universitário) e na Livraria Curitiba do Shopping Catuaí por R$ 40,00.

A década de 1950 registrou o período áureo do café e os resultados financeiros que ele proporcionava tornaram-se visíveis com o processo de verticalização no centro e a construção de casas luxuosas e mansões nos melhores espaços residenciais da cidade. Para o setor público também foi um período de fausto, marcado por grandes obras de infraestrutura, como abastecimento de água, saneamento, abertura de ruas e avenidas, pavimentadas com paralelepípedos ou asfalto, e construção de importantes obras que se tornaram marcos referenciais em Londrina, como o Lago Igapó, a Concha Acústica, a Rodoviária (hoje Museu de Arte), o Aeroporto e outras. 

Todas as obras públicas executadas pela prefeitura nesta década foram documentadas fotograficamente por Oswaldo Leite, o primeiro fotógrafo contratado pela Prefeitura do Município de Londrina. Naquela época, era de praxe o prefeito, semestralmente, prestar contas da administração à Câmara Municipal e, para esse fim, as fotografias representavam os documentos comprobatórios das obras executadas e do estágio das obras em execução. Fotografias também eram anexadas à prestação de contas que a prefeitura fazia junto aos órgãos financiadores das obras, fossem eles estaduais ou federais. Muito diferente do que acontece hoje, naquela época as fotografias não eram produzidas para serem encaminhadas à imprensa. Por isso, boa parte do acervo de Oswaldo Leite permanece inédita, cabendo ao livro o privilégio de publicá-las pela primeira vez. 

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Prefaciado pelo jornalista Widson Schwartz, o livro propõe uma deliciosa incursão imagética à história de Londrina. Todas as pesquisas e contextualizações históricas tiveram uma fotografia como ponto de partida. A partir dela, os pesquisadores realizavam pesquisas documentais e entrevistavam pessoas que vivenciaram e construíram a história de Londrina nessa década. “Às vezes, passávamos meses mostrando uma fotografia para um sem número de pessoas, até acharmos alguém que identificasse a obra e o local fotografados e nos indicasse nomes e caminhos para a pesquisa de contextualização histórica”, diz o Prof. Paulo César Boni, do Departamento de Comunicação da UEL. 

Transformações Urbanas, além do texto introdutório, é dividido em seis capítulos. No primeiro, “Vista panorâmica de Londrina na década de 1950”, contextualiza a fotografia de capa e, tomando por base os documentos de construção dos prédios visíveis e de alguns ainda não visíveis na fotografia (que seriam construídos imediatamente após a tomada fotográfica), comprova que a referida fotografia foi tomada por Oswaldo Leite no primeiro semestre de 1958.

Apesar de pouco visíveis – e menos ainda valorizadas –, provavelmente o principal conjunto de obras públicas da década de 1950 seja o relacionado ao abastecimento de água e à implantação da rede para coleta de esgotos, que, à época, era de inteira responsabilidade do município. A magnitude dessas obras mereceram um capítulo exclusivo no livro, é o capítulo dois, intitulado “Abastecimento e Saneamento”.

A continuidade do processo de calçamento de ruas com paralelepípedos, que havia iniciado na década de 1940, e o início da pavimentação asfáltica de ruas e avenidas, são o tema do terceiro capítulo “Ruas e Avenidas”, que também fala do processo de arborização, ajardinamento e estabelecimentos comerciais existentes nessas ruas e avenidas na década de 1950. 

“Obras que resistem ao tempo” é o título do quarto capítulo. Nele são tratadas obras construídas ou reformadas nos anos 1950. Datam dessa década a construção da Casa da Criança (atual Secretaria Municipal de Cultura), do Aeroporto Governador José Richa, do prédio do IAPC (hoje INSS), da Concha Acústica, da Estação Rodoviária Vilanova Artigas (atual Museu de Arte) e do Lago Igapó. Nessa década também foram reformadas a Praça Rocha Pombo, o Estádio Vitorino Gonçalves Dias e o Cemitério São Pedro.

Histórias curiosas foram apuradas e são relatadas no quinto capítulo: “Obras que desapareceram ou foram modificadas”. Este, segundo os autores, foi o “capítulo mais trabalhoso do livro, pois estávamos à procura de prédios que não existem mais ou que foram muito modificados e perderam suas características originais”. Neste capítulo são tratados, por exemplo, a usina termoelétrica do Jardim Sangri-lá, o primeiro Quartel do Corpo de Bombeiros, a construção da fábrica de cerveja (Cervejaria), o Parque Infantil da Vila Casoni, a construção da ponte sobre o Rio Taquara na PR-445, e os depósitos e os problemas do lixo em Londrina. 

No capítulo seis “Metodologia de Pesquisa e o fim de uma incógnita histórica”, os autores discorrem sobre as metodologias de pesquisa utilizadas no trabalho e as dificuldades para a produção do livro. Nele, explicam que apesar da revisão de literatura, da pesquisa documental e da história oral (entrevistas) foi muito difícil e trabalhoso desvendar e historiar algumas fotografias do conjunto previamente selecionado para a pesquisa. O capítulo, aliás, chamava-se “Metodologia de Pesquisa e uma incógnita histórica”, para o qual os autores haviam selecionado uma fotografia que ninguém havia identificado ou soubesse dar qualquer informação a respeito. Tratava-se de uma fotografia do Hospital das Crianças de Londrina. Quando enviaram o material para o revisor de língua portuguesa, o jornalista Chico Amaro, veio a surpresa. O revisor sugeriu que o local da fotografia pudesse ser onde é hoje a Casa do Caminho. Bingo! Era mesmo. Assim, os autores contextualizaram a fotografia, construíram um texto histórico sobre o “nunca concluído Hospital das Crianças” e alteraram de última hora o título do capítulo, pois a incógnita havia sido desvendada. 

O sétimo e último capítulo é dedicado ao autor de todas as fotografias utilizadas no projeto de construção histórica da década de 1950 em Londrina, o fotógrafo Oswaldo Leite, falecido em 1995. 

“O livro traz muitas informações inéditas e algumas curiosas sobre a história de Londrina. Deu muito trabalho para produzi-lo, pois demandou cinco anos de pesquisa, mas estamos muito felizes com o resultado. Ele recupera muito da memória e da identidade de Londrina, além de valorizar o papel de alguns agentes construtores e transformadores da história. Nós o consideramos um presente para a cidade, que comemorará 83 anos em dezembro”, diz o Prof. Paulo Boni.

(Assessoria)

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