Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

Estrela quer 'modernizar' o jeito de ler um livro

12/08/18 às 08:27 - Escrito por Estadão Conteúdo
siga o Tarobá News no Google News!

A crise que afeta o mercado editorial não assusta a Estrela, empresa que em seus 80 anos viveu momentos piores de instabilidade, principalmente na abertura econômica de Collor com a consequente invasão de brinquedos chineses.

Como parte de sua estratégia para se manter relevante neste século digital, ela acaba de anunciar a criação da Estrela Cultural, uma editora que propõe uma nova experiência de leitura ao misturar histórias, jogos e brinquedos. A estreia foi na Bienal do Livro de São Paulo, que encerra sua programação neste domingo, 11, quando a editora apresentou seus 18 primeiros lançamentos - eles já começam a chegar às livrarias. Até o fim do mês, sairão outros 5 livros. Até o fim do ano, serão 40. Essa é, aliás, a meta da nova editora: 40 livros por ano, privilegiando autores e ilustradores brasileiros.

"Para uma criança, tão importante quanto aprender a andar é aprender a virar sozinha a página de um livro. Somente assim ela vai conseguir escolher os melhores caminhos", diz o escritor Beto Junqueyra, publisher da editora. Para ele, a literatura ajuda a criança a aprender a se expressar melhor e a sentir o mundo de outra forma. "Hoje, ela é hipnotizada pela tela de um telefone ou do tablet e está perdendo a capacidade de sonhar", diz ainda.

Leia mais:

Imagem de destaque
EM LONDRINA

Forças de segurança antecipam Dia das Crianças com diversão e presentes

Imagem de destaque
DIA 19 DE MARÇO

2º Encontro de Colecionadores de Veículos em Miniatura no Mercadão da Prochet

Imagem de destaque
EVENTOS CULTURAIS

Confira os eventos culturais neste mês em Cascavel

Imagem de destaque
SUSPENSO

O tradicional "Domingão no Calçadão" está suspenso por tempo indeterminado em Cascavel

"Estamos propondo uma nova forma de leitura, que seja mais moderna, mais interessante e mais interativa. É uma forma de incentivo à leitura e uma alternativa ao mundo digital", diz Carlos Tilkian, presidente da empresa.

Há editoras que publicam o chamado livro-brinquedo e há fábricas de brinquedo, como a Toyster, que já fazem livros com quebra-cabeça. A proposta da Estrela é um pouco mais elaborada. A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Julio Verne adaptado pelo próprio Junqueyra e ilustrado por Danilo Tanaka, por exemplo, vem numa caixa parecida com a de um jogo que contém, além do livro, uma ampulheta e sete desafios para serem feitos durante a leitura. A obra integra a coleção Você na Aventura, com adaptações de clássicos, para crianças a partir dos 8 anos.

Tem também a coleção Cordel, com ilustrações inspiradas em xilogravuras, que podem ser completadas e pintadas, para a criança a partir dos 5 anos. Para as de 3 em diante, a editora está lançando a coleção Os Jardinautas, da bióloga Célia Hirsch e da ilustradora Gisele B. Libutti. Cada livro fala sobre três animais que vivem no jardim e ensina a reproduzi-los com a massinha que vem no kit.

Tudo com apelo educativo e, ao mesmo tempo, cara de presente. A Estrela sai na frente de outras editoras que tentam, mas têm dificuldade de entrar nas lojas de brinquedo - só recentemente algumas dessas lojas começaram a criar espaços para livros. Seus produtos estarão nesses espaços, e também na prateleira das massinhas e dos jogos.

Sem contar que apenas as redes Ri Happy e PB Kids, têm, ele diz, 260 lojas. "Se você pensar que a Saraiva, a maior rede de livrarias do País, tem 100 lojas, você ganha só com um cliente, 260 pontos de venda."

Mas o foco da editora não está apenas na venda em livraria ou em lojas de brinquedo. As compras que o governo faz para escolas, que sustentaram muita editora por muito tempo e que quando foram suspensas ajudaram a piorar ainda mais a crise que atinge o mercado editorial; as vendas para escolas particulares e também em igrejas estão na mira.

"O Brasil tem cerca de duas mil livrarias e pelo menos 20 mil pontos de venda de livros em igrejas e centros espíritas. É um mercado do qual não podemos abrir mão. Isso, sem contar que o governo está comprando 60 milhões de exemplares e que tem ainda todas as escolas particulares", comenta, otimista, Junqueyra. Tanto querem conquistar leitores em igrejas, templos e centros que a editora lança, ainda este ano, uma versão de A Arca de Noé que vai atender a todas as religiões.

E pensando em escola, estão criando produtos que valorizam a cultura nacional, indígena e africana - sempre de olho na Base Nacional Comum Curricular.

"E estamos muito focados, mas de forma sutil, na questão da inclusão. A Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, usa óculos. Temos outra história com uma personagem que tem vitiligo e no ano que vem lançamos um livro sobre autismo", conta. Mas quando o assunto é livro acessível, que possa ser lido por pessoas cegas ou com baixa visão, a editora não tem nenhum plano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

© Copyright 2023 Grupo Tarobá