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Água tratada muda a vida de comunidade rural em Campo Mourão

12/11/19 às 11:25 - Escrito por Redação Tarobá News
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Usar água da mina e andar quilômetros para pegá-la em baldes é uma realidade que ficou para trás para os cerca de 100 moradores da Comunidade Rural Alto do Divino, área que fica na divisa dos municípios de Campo Mourão e Araruna, no Centro-Oeste do Estado. A vida da comunidade mudou no início desse mês quando começaram a receber água tratada da Sanepar.

Muitos moradores esperavam por isso há mais de dez anos, como o produtor de leite João Maria Ferreira Lopes, de 55 anos. “Pela falta de água todos estavam sofrendo”, disse. Ele produz cerca de 9 mil litros de leite por mês, que são distribuídos para a Cativa – Cooperativa Agroindustrial de Londrina e conta que agora será possível aumentar a produção. “A água que tínhamos da mina dava somente para as necessidades mais básicas e para o gado, mas, mesmo assim, tinha dias que faltava”, conta.

Ele e a esposa, Solange Cabral de Souza, 42, moram na propriedade com dois filhos, um de 6 anos e outro de 7 meses. “Como mãe, me sinto mais tranquila por saber que meus filhos tomam uma água de qualidade”.

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O sistema é composto por um poço tubular profundo, casa de tratamento (feito com hipoclorito de sódio), reservatório elevado metálico, rede de distribuição com extensão de 2,7 mil metros e uma válvula redutora para controle de pressão da rede. A comunidade adquiriu uma bomba e a Sanepar fornecerá outra bomba reserva. O investimento é de R$ 130,8 mil – R$ 89,9 mil da empresa e R$ 40,9 mil de contrapartida do município.

O diretor de Investimentos da Sanepar, Joel de Jesus Macedo, explica que a água do poço se diferencia da água da mina, antes utilizada pelos moradores, principalmente em função da qualidade. “A água da mina não passa por todos os testes que fazemos. Na perfuração do poço são feitos testes de 20 horas para assegurar que ele tenha vazão suficiente para atender a comunidade, além de outros que asseguram a qualidade da água”, disse.

UNIVERSALIZAÇÃO - O poço da Comunidade Rural Alto do Divino faz parte do Sanepar Rural, um dos projetos de investimento da companhia para garantir abastecimento a famílias de todo o Estado. Há também o programa Caixa D'água, que destina R$ 5 milhões ao ano para beneficiar cerca de 3,5 mil famílias.

Como parte do Sanepar Rural, estão em andamento 95 obras no Estado. O investimento também é de até R$ 5 milhões por ano para atender famílias da área rural em todos os municípios. “Além conforto dessas famílias não precisarem mais se deslocar para pegar água, garantimos a qualidade dela nas casas”, completou Macedo.

PARCERIA - O projeto Sanepar Rural envolve a parceria de outros órgãos do Governo do Estado com as prefeituras e a comunidade. A Sanepar é a responsável pela avaliação do local de perfuração do poço, projeto e distribuição de material necessário para implantar o sistema. Cabe aos municípios trabalhar junto com as comunidades na mão de obra. Além disso, o Instituto Águas Paraná faz a perfuração do poço e técnicos do Instituto Emater orientam comunidade para a preservação do manancial.

Um funcionário da Sanepar de Curitiba estará na comunidade nesta terça-feira (12) para a reunião social na qual acorre a formalização de estatuto de uma associação para gestão do sistema. Também nessa mesma semana, um técnico da empresa dará um treinamento para três moradores que serão os responsáveis pelo tratamento da água.

O prefeito de Campo Mourão, Tauillo Tezelli, destacou a atuação do Governo do Estado na instalação do reservatório. “A gente vê a alegria das pessoas que agora podem trabalhar e descansar nas suas casas com água. A Sanepar foi um grande parceiro para resolver o problema, trabalhando até mesmo durante o feriado”, disse.

Ele destacou que o trabalho em conjunto melhora a vida das pessoas, além de alavancar a economia local. “Ali tem moradores que mexem com porcos, outros com leites e turismo, e todos estavam prejudicados. É uma região perto da cidade e bem valorizada para desenvolver novas atividades”, completou.

O município de Araruna também participou da instalação do Sistema de Abastecimento de Água do Alto do Divino com mão de obra. “Isso era uma reivindicação antiga e a parceria do governo estadual com o município faz a comunidade se envolver também”, disse o prefeito Leandro César de Oliveira (Leandro da Farmácia), relembrando que esse ano houve um período grande de seca.

O secretário municipal da Saúde de Campo Mourão, Sérgio Henrique dos Santos, explica que o saneamento é uma das principais formas de prevenir doenças. “Pensando na qualidade dessa água e na forma que a população tem acesso a ela, poderemos ver mudanças em um curto espaço de tempo. A forma de captação de água anteriormente colocava a população em contato com diversas impurezas que podem acarretar viroses e outras doenças”, destacou.

QUALIDADE DE VIDA – José Carlos Casalvara, 58 anos, mora com a esposa Maria de Fátima Cavalcanti Casalvara, 42, na propriedade em que foi instalado o reservatório. Ele não tinha mina e precisava usar a caminhonete para percorrer diariamente 6 quilômetros para pegar água. “Dependíamos do vizinho ceder a água da mina na propriedade dele e o peso de cerca de 200 litros para carregar em cima da caminhonete não era fácil”. José Carlos também comemora que não prejudicará mais a coluna com o peso da água.

“Todo dia eu chegava do serviço, tinha a casa para limpar, roupa para lavar e eu tinha que usar a água que meu marido trazia para dar conta de tudo. Agora, temos essa bênção que é a água tratada, diretor em casa”, disse Maria de Fátima.

O casal Olga e Noel Crispin, ambos de 69 anos, tem uma propriedade na comunidade, um lugar de descanso após se aposentarem. “Ficávamos sempre na economia e parece que nem a louça fica bem limpa. Temos um poço artesiano, mas sem chuva faltava”, disse Olga. “Sem água, não se pode fazer coisas simples como tomar banho e cozinhar”, disse Noel.

Ele foi o primeiro a ter a ligação da água na residência porque antecipou a instalação, que é feita pelos proprietários com auxílio dos técnicos da Sanepar. “Eu comecei a fazer a instalação antes mesmo de concretizar o projeto porque acreditava que ia dar certo.”, disse. O aposentado também lembrou que mesmo com água abundante é preciso fazer uma ligação correta para evitar o desperdício.


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