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Ratinho enfrenta a primeira polêmica com fusão do IAPAR

04/01/19 às 09:01 - Escrito por Redação Tarobá News
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Um carta escrita pela diretoria do IAPAR está repercutindo e mobilizando entidades da sociedade civil organizada de Londrina. O assunto é a fusão das empresas vinculadas de assistência técnica e pesquisa agrícola como Instituto Emater, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, além da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar). A medida foi uma determinação do governador Ratinho Junior. leia mais aqui 

A diretoria da Sociedade Rural do Paraná deve se reunir nos próximos dias para discutir o assunto, mas o presidente da entidade, Antônio Sampaio, já tem manifestado preocupação com o assunto.

Veja a íntegra da carta publicada pela diretoria do IAPAR:

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“AOS IAPARIANOS E AMIGOS DO IAPAR,

Ao término de nossa gestão à frente do Instituto Agronômico do Paraná, esta Diretoria que se despede sente-se no dever de enviar a todos vocês, juntamente com votos de um venturoso 2019, nossas preocupações quanto ao futuro do IAPAR.

Embora integrantes da gestão do SEAGRI nos últimos oito anos, não fomos consultados e nem mesmo comunicados sobre os estudos para a fusão do IAPAR com a Emater, CPRA e Codapar, recentemente noticiados pela imprensa. E, até o momento, não temos informação precisa sobre o que se pretende, a não ser que está sendo considerado para o Paraná o modelo adotado em Santa Catarina há mais de vinte anos, e que a proposta deverá ser entregue à Assembleia Legislativa do Paraná para análise e votação ainda neste mês de janeiro.

Segundo informações parciais e não oficiais a que tivemos acesso, com a fusão as atuais entidades seriam substituídas por uma única, com sede em Curitiba; não por acaso, já foi anunciado o nome de um único presidente para as quatro instituições.

Seria isso a extinção do IAPAR?

O que justificaria ao Estado sepultar uma marca com tantos atributos e valores positivos para o Agro paranaense? Por que abrir mão de tamanha riqueza? Poderia haver propostas melhores e mais viáveis para encaminhar, salvaguardando as histórias de sucesso do IAPAR e EMATER, e ao mesmo tempo atendendo a demanda reformista do novo governo?

Sempre lembramos que a criação do IAPAR foi uma luta da comunidade regional que, nos anos 1970, se uniu para que o Paraná tivesse sua pesquisa própria, para promover a diversificação e modernização tecnológica da Agricultura, sob a liderança de pessoas e entidades como Celso Garcia Cid, Francisco Sciarra, João Milanez, Sociedade Rural do Paraná, Associações de Agrônomos e tantas outras. Logo na sequência o IAPAR tornou-se estadual.

Reconhecemos que o IAPAR, assim como as demais vinculadas ao SEAGRI, necessita com urgência de mudanças profundas no seu sistema institucional, modelo organizacional, de governança e gestão. O regime autárquico, vigente há décadas, tornou-se caro e ineficiente e, talvez, seu destino seja mesmo a extinção.

Por isso mesmo, desde 2012 nossa gestão vem propondo constantemente um “Novo IAPAR”, em inúmeras iniciativas focadas em gestão para resultados. Tais esforços trouxeram substanciais avanços, porém encontraram limites na grande resistência burocrática, na falta de interlocutores com conhecimento de causa, no lento e continuado processo de enfraquecimento institucional, principalmente decorrente da não reposição de um número avassalador de aposentados da instituição.

Trabalhamos muito nos últimos anos, juntamente com o CGEE, Embrapa e CONSEPA, para viabilizar a reorganização do SNPA – Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, com a criação de um modelo que poderia ser adaptado ao Estado do Paraná.

Embora não consultados, no começo de dezembro enviamos à equipe de transição os estudos de referência, com a seguinte mensagem:

“Na necessária reorganização de entidades que formam nosso sistema no Paraná, e tendo por referência o eixo trazido no estudo acima, poderíamos também considerar o modelo exitoso adotado em São Paulo com a APTA- Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, uma agência pública de desenvolvimento que reuniu os seis institutos paulistas de pesquisa e inovação na Agricultura (IAC, ITAL, IB, IZ, IP, IEA), criando uma gestão centralizada do sistema, racionalizando e agilizando a administração, mas sem subtrair a autonomia e - especialmente - a identidade daqueles institutos, alguns deles centenários.

No caso do Paraná, seria necessário avaliar profundamente a viabilidade de tal modelo, a começar pelo fato de que reuniria não apenas órgãos de pesquisa, mas também de extensão, fomento, abastecimento e outros. À primeira vista, as vantagens são consideráveis, tais como: gestão centralizada, mas respeitando as peculiaridades de cada vinculada; compartilhamento de pessoal e de estruturas físicas; gestão menos onerosa e mais flexível, desde que se possa associar recursos humanos por tempo de projeto; e - mais importante - o repasse à sociedade da imagem de uma verdadeira e impactante racionalização e enxugamento de estruturas do Estado.

Arranjos assim inovadores poderiam ensejar, no tempo apropriado, personalidade jurídica igualmente inovadora, mais compatível com os novos tempos e com as legislações federal, estadual e até municipais de inovação, as quais criam diversos incentivos à interação entre Universidades/ICTs e empresas, parcerias público privadas, atuação em redes de pesquisa e inovação, etc., etc., modalidades estas que ainda sofrem resistências da administração pública tradicional.

Enfim, visto que a alma não é pequena, vale a pena conversar sobre isso tudo, nesse momento crucial?”

Não recebemos qualquer retorno positivo ou negativo às sugestões encaminhadas.

Com essas considerações nos despedimos – agradecidos pela colaboração e parceria de todos vocês – e pedimos aos Servidores e Amigos do IAPAR que mantenham a unidade, a atenção e a mobilização, para que a proposta de modernização do novo Governo estadual, amplamente legitimada nas urnas em outubro de 2018, seja bem canalizada em benefício da Agricultura e do Estado do Paraná.

A Diretoria”

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