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Reflexos da geada: 88% das lavouras de milho foram prejudicadas no PR, aponta Deral

09/07/21 às 07:36 - Escrito por Redação Tarobá News
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O relatório do Deral desta semana apontou uma piora generalizada nas condições de lavoura da segunda safra de milho 2020/21. Esta piora é reflexo direto das geadas ocorridas na semana anterior, que impactaram áreas em praticamente todo o Estado. O relatório aponta que temos 287 mil hectares em boas condições, uma queda de 53% quando comparado à semana anterior. 

As geadas ocorridas no final de junho atingiram parte do parque cafeeiro do Paraná, especialmente as áreas localizadas nas regiões Norte-Central do Estado, que compreendem os municípios dos núcleos regionais de Apucarana, Ivaiporã, Maringá, Londrina e parte de Cornélio Procópio. Na região do núcleo de Jacarezinho, no Norte Pioneiro, que concentra a maior parte da área cafeeira estadual, informações ainda preliminares são de que os danos foram muito variados, mas com menor intensidade que os observados nas outras regiões. 

No geral, os efeitos nas lavouras atingidas variam de queima superficial das folhas dos ponteiros até um “capote” mais leve a moderado. Em algumas áreas pontuais, a geada teve intensidade mais severa atingindo a estrutura da planta. Ainda é prematuro avaliar os prejuízos, mas certamente deverá impactar o potencial de produção para a próxima safra. É preciso aguardar o desenvolvimento das lavouras após o período de colheita para mensurar melhor o impacto ocorrido nas gemas que vão originar os botões florais para o próximo ano. Aparentemente, a atual produção não foi atingida, mantendo-se a previsão média de 870 mil sacas beneficiadas de 60 kg numa área em produção estimada em 33,3 mil hectares. 

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Conforme o último relatório de campo do Deral, de 05 de julho, foram colhidos, até agora, 26% da safra, percentual bem inferior ao verificado no mesmo período do ano passado quando mais da metade da safra havia sido colhida. As fases da produção por colher estão 21% em frutificação e 79% em maturação. A tendência é que os trabalhos avancem este mês de julho, se confirmar a previsão de tempo mais firme. 

Os primeiros lotes da atual safra começaram a ser comercializados, e o valor médio recebido pelos cafeicultores na última semana (28/06 a 02/07) foi de R$ 757,69 por saca de 60 kg. Os preços médios do café recebidos pelos produtores no Paraná, segundo levantamento do Deral, tiveram alta expressiva no primeiro semestre deste ano, passando dos R$ 521,48 por saca beneficiada de 60 kg, em dezembro de 2020, para R$ 771,31 em junho de 2021, acréscimo de 48%. Nos últimos doze meses, a alta atinge 74%, se comparado aos R$ 443,31 praticados em junho de 2020. 

É necessário registrar que os cafeicultores conviveram com valores muito defasados nos últimos cinco anos em relação ao custo de produção, e muitas vezes tiveram rentabilidade negativa. Ainda segundo o Deral, o custo médio de produção está estimado em R$ 565,77 por saca de 60 kg, de acordo com o levantamento realizado em maio deste ano.

FEIJÃO 2ª Safra

Com 100% das lavouras colhidas, o ciclo da leguminosa chega ao seu final, e o setor produtivo passa neste momento a contabilizar o resultado da safra. De acordo com o relatório de junho/21, 82% da produção total estimada foi comercializada, ou 282 mil toneladas, mas ainda restam 49 mil toneladas nas propriedades para futuros negócios. O preço médio recebido pelos agricultores paranaenses em junho/21 pela saca de 60 kg de feijão cores foi de R$ 253,12, recuo em 5% no valor do produto em relação ao mês anterior. 

Para o feijão tipo preto, a cotação foi R$ 239,88/sc 60 kg, 10% menos que o mês passado. Tanto o feijão cores como o preto apresentam sensível queda nos preços médios nos primeiros seis meses do ano, mas mesmo assim os valores são superiores aos dois anos anteriores. Nos seis primeiros meses deste ano, o mercado varejista do feijão apresentou alta nos preços médios recebidos. 

A cotação média em junho, do feijão tipo cores, foi de R$ 7,34/kg, e para o feijão tipo preto, R$ 7,37/kg. Os preços recebidos pelos agricultores no mercado nacional apresentam uma desvalorização, o que contraria as previsões dos agentes de mercado, que esperavam pelo menos uma estabilidade das cotações por ser começo de mês, quando normalmente as vendas são mais aquecidas.

SOJA 

Na última semana os produtores paranaenses receberam, em média, R$ 137,73 pela saca de 60 kg de soja. O valor foi aproximadamente 1% inferior aos R$ 138,93 recebidos na semana que se encerrou no dia 25/06. No mesmo período de 2020 a saca era comercializada por R$ 98,81. As primeiras estimativas para a safra de soja 2021/22 serão divulgadas pelo Departamento de Economia Rural no final de agosto. Segundo o ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) divulgado pelo Ministério da Agricultura, o plantio da soja no Paraná poderá ocorrer a partir de 11 de setembro, se estendendo, a princípio, até 31 de dezembro. Nos próximos dias serão divulgados os relatórios mensais da Conab (Companhia Brasileira de Abastecimento) e também do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

O relatório norte-americano é aguardado com expectativa, pois nele serão divulgados detalhes sobre as condições atuais das lavouras que sofrem devido a intempéries climáticas, assim como dados atualizados do nível dos estoques mundiais da oleaginosa.

MILHO 

O relatório do Deral desta semana apontou uma piora generalizada nas condições de lavoura da segunda safra de milho 2020/21. Esta piora é reflexo direto das geadas ocorridas na semana anterior, que impactaram áreas em praticamente todo o Estado. 

O relatório aponta que temos 287 mil hectares em boas condições, uma queda de 53% quando comparado à semana anterior. Já as áreas que apresentam condições medianas totalizaram 1,1 milhão, alta de 12%. Finalmente a área em condição ruim atingiu um milhão de hectares, alta de 27%.

Resumidamente, dos 2,46 milhões de hectares a colher, 88% têm condição ruim ou mediana. Neste cenário devemos ter uma redução significativa na produção esperada. O relatório com revisão de área e produção é divulgado sempre na última semana cheia do mês, em julho será no dia 29.


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