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Nazismo em SC: Investigação aperta cerco a extremistas

11/12/17 às 08:30 - Escrito por Redação Tarobá News
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Na terça-feira (5), quatro homens e uma mulher foram levadas à 2ª Delegacia de Polícia Civil de Blumenau para prestar esclarecimentos sobre cartazes com inscrições nazistas que apareceram na cidade nos últimos meses. A suspeita é de que os cinco sejam ligados a uma organização maior, que estaria atraindo membros locais para intensificar a presença no Vale do Itajaí. Conforme o delegado Lucas Gomes de Almeida, o plano era recrutar seguidores de Hitler na região para se fortalecer e começar a atuar com mais vigor.

– É difícil se chegar à autoria. Mas se deixarmos essa situação impune, vai se propagando, vai crescendo, e daqui a pouco estarão batendo em pessoas nas ruas. Não podemos aceitar – afirma, sem se aprofundar em detalhes sobre os depoimentos "para não atrapalhar o andamento das investigações".

Nesse caso, pelo menos, houve uma confissão: um jovem de 20 anos assumiu a responsabilidade pelos cartazes no Centro blumenauense. O outro rapaz da mesma idade guardava um revólver, uma pistola, uma espingarda, mira holográfica e munição em casa, em Itajaí, que declarou serem do avô. A única moça tem 18, vive em Indaial e namorava o líder de um grupo neonazista de São Paulo com histórico de atentado a bomba contra homossexuais e agressões a moradores de rua, punks e negros. Trocas de mensagens entre o casal no celular dela indicam relação com os cartazes.

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Os dois mais velhos já são conhecidos da Justiça – também por vínculos com o nazismo. Kaleb Frutuoso, 31 anos, e Fabiano Schmitz, 28, haviam sido presos em 2014, acusados de estarem por trás das colagens que celebravam o aniversário do Führer em postes em Itajaí. Eles seriam filiados a um grupo extremista chamado White Front (frente branca, em inglês) e foram denunciados pela promotora Cristina Balceiro da Mota. O processo continua correndo e está em fase final, aguardando decisão do juiz.

Alegações do Ministério Público do Estado (MPSC) apresentadas em julho passado descrevem as circunstâncias das prisões, as evidências encontradas com os réus – incluindo peças gráficas iguais às grudadas nos postes – e a tentativa da dupla de provar inocência. "Na audiência de instrução e julgamento, os denunciados trouxeram várias testemunhas para serem ouvidas, porém, nenhuma delas contribuiu para a absolvição, pelo contrário; em alguns momentos, ao serem questionadas, acabaram confirmando a conduta criminosa", relata a promotoria.

– Falaram que distribuíram os cartazes por brincadeira. Só que ninguém faz isso por algo em que não acredita – diz Cristina.

O advogado Evandro Maçaneiro, que representou Schmitz, disse que o material apreendido não pertencia ao cliente. A defensora pública Carla Gerhardt, a serviço de Frutuoso, não foi localizada para comentar o caso. Desde então, ele cursou Educação Física, fez parte do conselho fiscal do movimento separatista O Sul é Meu País (do qual foi expulso) e sumiu das redes sociais. O comparsa se mudou para Blumenau, onde há dois anos trabalha como garçom em uma churrascaria.

O anonimato de ambos era interrompido apenas esporadicamente, por menções em reportagens a respeito do neonazismo no Brasil. Até seus nomes entrarem no raio de ação do delegado Almeida. De Frutuoso, que ostenta o distintivo da Division Wiking (divisão militar criada pela Alemanha na Segunda Guerra) tatuado na panturrilha direita, a polícia recolheu o computador, celular e revistas sobre o tema. De Schmitz, um CD com "ataque nazista" manuscrito e uma camiseta com motivos afins. Os PCs, notebooks e celulares dos demais também ficaram sob a guarda legal. Com exceção do rapaz de 20 anos flagrado com armas em Itajaí, todos foram liberados após os depoimentos.

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