A Polícia Federal fez buscas nesta terça-feira, 16, na residência do executivo Fábio Schvartsman, presidente afastado da Vale. A ação da PF, em busca de documentos e computadores, foi ordenada pela Justiça Federal no âmbito do inquérito que investiga o mar de lama de Brumadinho, com 229 mortes até agora e 48 corpos ainda desaparecidos.
Foi a primeira vez que a PF inspecionou o endereço de Schvartsman, em São Paulo. A Barragem do Córrego do Feijão explodiu no dia 25 de janeiro passado.Por recomendação do Ministério Público Federal o executivo está afastado do cargo desde 2 de março.
A ação
A Polícia Federal cumpre nesta terça cinco mandados de busca e apreensão dentro das investigações que apuram as causas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho
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Os mandados, expedidos pela Vara da Justiça Federal em Minas Gerais, foram cumpridos em Belo Horizonte (2), São Paulo (1), Rio de Janeiro (1) e Nova Lima, MG (1).
A PF não informou os alvos das buscas e apreensões. Em comunicado, a corporação afirma que "as medidas visam a apreender documentos, mídias e outros elementos de convicção que guardem relação aos fatos apurados".
Desde o início das investigações 13 investigados chegaram a ser presos, duas vezes, pela força-tarefa que apura os motivos da queda da barragem, formada pela Polícia Civil, Ministério Público e Polícia Federal. Todos foram soltos por habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Do grupo preso, 11 eram funcionários da Vale diretamente envolvidos com a segurança da barragem em Brumadinho e dois eram consultores da empresa alemã Tüv Süd, que atestaram a segurança da estrutura.
Nesta segunda-feira, 15, em depoimento à CPI aberta pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais sobre o a tragédia em Brumadinho, o chefe de Segurança de Barragens de Mineração da Agência Nacional de Mineração (ANM) em Minas, Wagner Araújo Nascimento, disse que o número de fiscais do setor no Estado deverá aumentar de três para oito até meados de maio. Minas abriga o maior número de barragens consideradas como de alta capacidade de dano no Brasil, cerca de 130.