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Quase metade do mercado de cigarros no Brasil é dominada por organizações criminosas

21/04/18 às 17:40 - Escrito por Redação Tarobá News
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Quarenta e oito por cento do total de cigarros consumidos no Brasil é oriundo do contrabando, principalmente do Paraguai, que tem o menor imposto do mundo para o produto, segundo o ETCO (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial). Esse crime financia outros mais graves, como o tráfico de drogas e de armas, lavagem de dinheiro, sonegação, corrupção e trabalho escravo.

“Há um sentimento de impunidade, de baixo risco, o que incentiva o contrabando”, disse o presidente do ETCO, Edson Vismona, durante o Enecob/e-latino, realizado em Foz do Iguaçu (PR). Com o tema “Mercado Ilegal: Crime Transnacional no Cone Sul”, o evento reuniu representantes de jornais e portais da América Latina, entre eles O Sul, de 15 a 17 de abril.

“O espaço das fronteiras está sendo ocupado pelo crime organizado. Não podemos aceitar isso. Precisamos formular políticas para combater o crime, para fortalecer o desenvolvimento, a integração”, afirmou Vismona. “Temos que ter uma visão mais de integração entre os países. A fronteira não pode ser um espaço abandonado. Temos que cuidar da nossa segurança”, prosseguiu.

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“Temos que defender o mercado legal. O ETCO articula ações para isso. Estimula a ética concorrencial, a defesa da lei. Os países mais desenvolvidos têm índices elevados de respeito à lei, à ética. O grande desafio do século 21 é a defesa da legalidade”, concluiu o presidente do instituto, fundado em 2003.

O delegado da Receita Federal em Foz do Iguaçu, Rafael Rodrigues Dolzan, ressaltou que os maiores desafios enfrentados pelas autoridades na região são os crimes transnacionais, os riscos da atividade (confrontos armados e acidentes) e as organizações criminosas, entre elas o PCC (Primeiro Comando da Capital), que tem forte atuação nessa área. A apreensão de drogas é diária. Armas são apreendidas cerca de duas vezes por semana.

Conforme Dolzan, os bandidos estão usando cada vez mais tecnologia, logística qualificada e armamento pesado. Desde o início dos anos 2000, comecaram a ser feitas operações integradas de longa duração na fronteira com o Paraguai. Nos últimos 15 anos, as apreensões de produtos ilícitos na região totalizam 1,2 bilhão de dólares.

O delegado da PF (Polícia Federal) Fabiano Bordignon lembrou, durante o evento, que há cerca de 20 anos a cidade de Foz do Iguaçu era “terra de ninguém”. Havia filas de ônibus para o contrabando do Paraguai, e hotéis eram usados para guardar as mercadorias ilegais. Com o aumento da fiscalização, a realidade mudou. Atualmente, o município é voltado ao turismo. As famosas Cataratas do Iguaçu atraem visitantes de todo o mundo.

Ele ressaltou a importância de investimentos em tecnologia e em pessoal para fortalecer o trabalho da PF nas fronteiras. Atualmente, o Brasil tem cerca de 10 mil policiais federais. A maior delegacia da corporação localiza-se em Foz do Iguaçu. “A política deve ser de investimentos harmonizados em todo o País. Não somente em Foz”, disse.

(Marcelo Warth/O Sul)

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