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Casos de gripe aviária na América do Sul colocam governo municipal de Toledo em alerta

13 mar 2023 às 16:35

Uma das pautas da reunião ordinária com os vereadores e vereadoras nesta segunda-feira (13) foi a Gripe Aviária. O Paraná está em estado de alerta contra a doença, pois países da América Latina começaram a ter registros do problema. Devido ao plantel de aves em Toledo - aproximadamente 16 milhões - e por decisão do prefeito Beto Lunitti, iniciou-se a discussão dentro do município, considerando o impacto potencial para a avicultura, a segurança alimentar e a saúde pública, além das perdas diretas e indiretas para a cadeia produtiva.


Em novembro de 2022, o Governo do Estado emitiu uma nota técnica alertando sobre com vistas a esclarecer sobre casos de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) registrados na América do Sul, apesar de o Brasil e, consequentemente, o Paraná serem livres da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), foram confirmados, até o final de novembro, 22 focos em aves silvestres e domésticas de subsistência na Colômbia, Venezuela, Equador e Peru. Nos dois últimos, houve registro da doença em aves de criação industrial.


Durante a reunião, o gerente regional da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Antonio Carlos Dezaneti, acompanhado do médico veterinário Marcio Eidi Ogassawara, expuseram a preocupação com o problema. Em fevereiro deste ano, a Agência suspendeu, por meio da Portaria nº 052, a presença de quaisquer espécies de ave em eventos agropecuários, feiras, exposições, agremiações e atividades afins no Estado do Paraná por 90 dias, como medida preventiva à gripe aviária. 


O Estado também tem atuado por meio do Grupo Especial de Atenção às Suspeitas de Enfermidades Emergenciais (Gease). “Estamos orientando a importância da manutenção das telas e portas dos aviários, para não deixar frestas, e não permitir a entrada de pessoas estranhas à produção. A notificação de suspeita pode ser realizada por qualquer cidadão, presencialmente ou por telefone em qualquer unidade local da Adapar, ou, diretamente, por meio da plataforma e-Sisbravet", afirmou Dezaneti.


Lunitti disse que o município não medirá esforços para combater o problema e buscar manter a atividade em Toledo segura. “Diante do que nos é apresentado, é preciso dar muita atenção a este tema. Nossa intenção é informar a vocês, vereadores e vereadoras, que teremos que nos dedicar à adoção de protocolos sanitários, que trarão ônus para o município, mas diante da situação são extremamente necessários. Talvez o buraco na estrada tenha que aguardar mais um pouco, pois se não tivermos um plano de ação bem constituído, não teremos produção para trafegar por ela”, alertou. 


Maior atenção - A preocupação, em especial, ocorre em relação às aves silvestres e criadas para subsistência. “O produtor comercial já conhece todas as orientações, porém é preciso que os demais observem as condições das aves criadas soltas no quintal, para consumo próprio, e também o comportamento de aves soltas na natureza”, explica. “Qualquer comportamento anormal, como morte em excesso de grupos de aves deve ser notificado. A Adapar tem 12h para fazer a averiguação e, caso seja preciso, coletar material e encaminhar para a análise”, comentou o diretor de Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria do Agronegócio, Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico, João Luiz Nogueira.


Outro ponto a ser observado é o fluxo de pessoas e mercadorias ao redor do mundo, o que amplia o risco de disseminação de doenças. Conforme o diretor da Fundação para o Desenvolvimento Sustentável, Científico e Tecnológico de Toledo (Funtec), Renato Tratch, “a maior preocupação é, caso tenhamos casos, a adoção dos protocolos em sua integridade, de forma a diminuir o impacto em toda a nossa cadeia produtiva”, concluiu. 


Doença - A influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres, muitas vezes resultando em graves consequências para a saúde animal, para a economia e para o meio ambiente. A influenza aviária de alta patogenicidade é considerada exótica no Brasil, ou seja, nunca foi detectada no território nacional. Essa doença complexa é causada por vírus divididos em múltiplos subtipos (H5N1, H5N3, H5N8, etc.), cujas características genéticas evoluem com grande rapidez. A influenza aviária de alta patogenicidade é caracterizada principalmente pela mortalidade elevada de aves, que pode ser acompanhada por sinais clínicos, tais como andar cambaleante, torcicolo, dificuldade respiratória e diarreia.

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