A necessidade de isolamento social, por conta da Covid-19, redirecionou as atividades para o mundo remoto. O tempo de exposição às telas aumentou consideravelmente, não só entre os adultos, mas também entre as crianças, e um reflexo direto já constatado pelos oftalmologistas é o aumento no número de diagnósticos de miopia. A causa principal é o uso de aparelhos eletrônicos, seja por conta do ensino à distância, ou atividades de lazer, como assistir televisão ou jogar videogames. Smartphones e tablets fazem parte desta lista.
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) reconhece a possibilidade de “epidemia” de miopia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que metade da população mundial será míope em 2050. E por causa disso, médicos oftalmologistas orientam pais e professores para que se atentem ao comportamento de crianças e adolescentes. Entre alguns sintomas que sugerem miopia estão: queda no rendimento escolar, mudança de comportamento social, apertar/fechar os olhos para ver objetos ou ler, se aproximar para identificar letreiros.
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O diagnóstico precoce tem impacto direto sobre a qualidade de vida e aprendizagem da criança. “Quanto mais cedo iniciar o tratamento, menores são os prejuízos a este paciente”, pontua o médico oftalmologista do Hospital de Olhos de Cascavel, Dr. César Shiratori.
“Online” precisa de equilíbrio sobre o tempo de uso
• Entre crianças de 7 a 9 anos, a proporção que usa smartphone por três horas ou mais por dia saltou de 30% para 43% em um ano.
• Cerca de 37% das crianças com idades entre 10 e 12 anos usam o smartphone por 4 horas ou mais por dia.
• A OMS recomenda que o ideal é que as crianças não sejam expostas às telas antes de completarem 1 ano de idade e que esse tempo seja de, no máximo, 60 minutos até os 4 anos.
• Adolescentes com idades entre 11 e 18 anos devem limitar o tempo a até 3 horas por dia e nunca devem “virar a noite” no celular ou no computador.
Cirurgia refrativa ganha popularidade
A tecnologia aplicada à Oftalmologia resultou em ganhos na qualidade de vida dos pacientes. A cirurgia refrativa, por exemplo, revolucionou os tratamentos e devolveu a muitas pessoas a chance de voltar a viver sem necessidade do uso de óculos ou das lentes de contato. “O procedimento é rápido, indolor, minimamente invasivo e eficiente. Um grande avanço nas cirurgias refrativas foi o desenvolvimento da cirurgia transepitelial, totalmente a laser, ou também chamada de Streamlight. Com ela, o próprio laser faz a preparação do local onde será feita a correção do grau. Isso traz mais precisão, mais rapidez ao procedimento e uma recuperação mais rápida”, explica Dr. César Shiratori.
No Hospital de Olhos de Cascavel este é um dos procedimentos mais realizados. E na pandemia a procura de pacientes interessados na correção cresceu. Alguns já não gostavam de usar óculos, e com a necessidade da máscara, o incômodo ficou dobrado; e quem usava lente, passou a sentir um desconforto a mais por conta do ressecamento ocular.
Outro ponto levado em consideração foi a condição de programar a cirurgia, tendo em vista a possibilidade do trabalho remoto. “A cirurgia é indicada para aquelas pessoas que querem uma forma de diminuir ou eliminar a dependência de uso de óculos, geralmente a partir dos 18 anos de idade, com estabilidade do grau (definida como aumentos menores do que 0,5 grau no período de um ano).”
Não existe um grau específico que a cirurgia seja indicada. “Precisam ser levadas em consideração outras situações conforme avaliações dos exames específicos para a programação da cirurgia”, esclarece o oftalmologista.