Um casal de deficientes visuais passa por transtornos após receberem a chave da casa do Residencial Bem Viver, em Londrina. Eles estavam cadastrados na Cohab-LD (Companhia de Habitação de Londrina) e, em 2021, financiaram o imóvel no local, escolhido na planta. A condição para fechar o negócio é que a moradia ficasse em um terreno plano, para evitar o risco de acidentes por queda, o que não aconteceu.

Anderson e Marta Moreira estavam felizes com a aquisição, mas agora enfrentam a decepção. O terreno tem um desnível de aproximadamente um metro e um barranco de quase dois metros.

“A gente explicou que a gente queria uma casinha em local acessível e plano. Os vendedores ofereceram as opções que tinha, a gente falou que queria um terreno na parte de cima, que era mais plano, mas eles falaram que na parte de baixo, por causa da calçada que era larga, também seria acessível. Então a gente optou por essa imaginando que seria realmente acessível”, disse Anderson.

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A solução seria aterrar para eliminar o desnível e fazer um muro de arrimo, mas o casal alega que o valor ficaria muito alto e não teria condições de pagar, custaria mais de R$20 mil. Segundo Anderson, eles procuraram a construtora, mas não conseguiu chegar em um acordo.

“Tem risco de queda. Quando a gente pegou a chave para vir conhecer a casa, se não tivesse uma pessoa que enxergasse bem era perigoso a gente ter caído. A gente nem sabia que o terreno era dessa maneira”, afirmou Anderson.

O Residencial Bem Viver Londrina resulta de uma parceria entre a Pacaembu Construtora com o Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional; Governo do Paraná, por meio da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), e com a Prefeitura de Londrina, por meio da Companhia de Habitação de Londrina.

Para executar as obras do empreendimento, foram investidos R$ 115,2 milhões. A quantia foi aplicada na construção dos imóveis, em terrenos de 160m² com 46,27m² de área construída. As casas possuem sala, dois quartos, cozinha, banheiro e área de serviço coberta, com piso cerâmico em todos os ambientes, mais quintal e espaço para garagem.

A Pacaembu Construtora emitiu uma nota informando que o “imóvel foi entregue com as adaptações solicitada pelo Sr. Anderson Henrique Moreira como a rampa de acesso, pintura personalizada ao redor das tomadas e no quadro de energia, adesivos em braile e fixadores nas portas da residência”.

O texto ainda garante que recebeu Anderson na última terça-feira (20) e está analisando o caso junto à sua área técnica. Um novo encontro com o casal deve ser realizado na próxima semana.