Na manhã desta quarta-feira (21), profissionais de enfermagem realizaram uma manifestação contra a suspensão do piso salarial, no calçadão de Londrina. Porém, o que era para ser uma luta pelo piso nacional, acabou em revolta.
Segundo os trabalhadores, a categoria foi convocada para o ato para a realização de uma assembleia para deliberar sobre uma possível greve, o que não aconteceu. O sindicato de Londrina e região não aderiu à paralisação nacional de 24h, que ocorreu em várias cidades do país.
“Fomos chamados para uma Assembleia no dia de hoje. Chegamos aqui e fomos questionar o presidente do sindicato, que diz que nos representa, e ele disse que não pode fazer assembleia nenhuma”, afirmou uma profissional.
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“Não cumpriu o que está lançado em nota, que seria uma assembleia para decidir sobre os próximos passos em relação à paralisação nacional. De fato, isso sim iria dar uma força para a nossa categoria”, disse outro participante da manifestação.
O Sindicato da Saúde de Londrina e Região (SindSaúde) alega que não é hora paralisar, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não decidiu sobre o assunto e uma greve agora, poderia acarretar em punições para a categoria.
“Foi pedido para virem para o manifesto em prol do piso da enfermagem. Algumas pessoas entenderam errado e infelizmente tem que respeitar a opinião deles. O que posso dizer é para esperar terminar esse prazo do STF e avaliar depois se eles começaram a pagar ou não. Se não pagarem, vamos fazer assembleia primeiro e depois vamos determinar se vai ser greve ou não”, disse o presidente do sindicato, Joel Lisboa.
Os pisos estabelecidos pela lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro são de R$4.750 para enfermeiros, R$3.325 para técnicos de enfermagem e de R$ 2.375 para auxiliares e parteiras.
A suspensão pelo prazo de 60 dias atende a uma ação movida pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), que afirma que o pagamento do piso é financeiramente inviável.
A confederação divulgou um estudo que aponta um impacto de R$ 10,5 bilhões ao ano às unidades de saúde, caso o piso se mantenha. Como consequência, a entidade prevê demissão de um quarto dos 143,3 mil profissionais de enfermagem contratados por municípios e a desassistência de 35 milhões de pessoas em todo o país.