Cidade

Motoristas de vans reclamam de "abandono" e organizam protesto em Londrina

03 mar 2021 às 15:40

“Estamos abandonados há um ano sem nenhum tipo de auxílio seja do governo municipal, estadual ou federal”. O desabafo é de Tayre Machado, motorista de van escolar e passageiros, que em 2020 começou a organizar o movimento com outros dois transportadores em Londrina e Região.

No próximo sábado (6), o grupo se concentra em frente ao Autódromo Internacional Ayrton Senna, a partir das 14h, para um protesto em defesa da categoria que foi impactada pela pandemia do coronavírus, principalmente com a suspensão das atividades nas escolas e universidades, além das restrições impostas ao setor de turismo. “Foi a primeira categoria a parar e será a última a voltar”, lamenta.

O protesto está sendo organizado há mais de um mês e deve ter a presença de pelo menos 50 vans de Londrina e Região. “Vamos estacionar em frente ao autódromo, colocar faixas e cada um ficará próximo ao seu veículo para evitar aglomerações. Carreata foi descartada, pois não dá pra gastar combustível. Dá última vez, fomos até multados por conta das buzinas”, relatou.

A motorista lembra que a categoria teve o pedido de auxiliar o transporte coletivo municipal recusado no ano passado e, segundo ela, os transportadores também não foram enquadrados no auxílio emergencial do Governo Federal ou em linhas de crédito do Estado, que exigem bens para alienação. “Nosso veículo já está alienado e precisamos trabalhar para pagar as parcelas. A categoria está há 365 dias sem nenhum tipo de auxílio.”

A manifestação vai pedir isenção do IPVA 2020 e 2021 e devolução do que foi pago, auxílio emergencial e linha de crédito para a categoria e vacinação dos condutores. “Não estamos usando a malha viária e estamos pagando impostos. Ainda precisamos rodar uma vez por semana para evitar problemas mecânicos com diesel parado no tanque”, afirmou.

Ela ainda desabafou que a tentativa de retorno da educação em sistema híbrido, que era uma esperança, deixou a categoria em uma situação mais delicada. “O sistema híbrido voltou por apenas 30 dias. A categoria teve que pagar as taxas que foram reajustadas para 2021 e em seguida, tudo parou novamente”, disse. 

Tayre calcula que um veículo que carregava 15 estudantes por período, passou a transportar 5 alunos durante todo o dia. “Só dá pra pagar o diesel. Custo de monitor, taxa, manutenção, seguro, álcool gel e outras despesas ficam de fora. É inviável”, analisa.

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