Cidade

Secretaria Municipal de Cultura notifica CMTU sobre pintura na Concha Acústica

06 dez 2022 às 20:58

A Secretaria Municipal de Cultura notificou a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina) por conta da pintura dos bancos e totens da Concha Acústica realizada na manhã desta terça-feira (6). O órgão considerou a intervenção irregular alegando que o espaço público não pode sofrer descaracterização por fazer parte da área de interesse da antiga Casa da Criança, considerada patrimônio histórico municipal.


O trabalho de pintura começou na parte da manhã e foi solicitado à CMTU pela Associação de Moradores do Centro Histórico, que se queixavam das pichações e da degradação do espaço.


A Secretaria de Cultura solicitou à CMTU a reversão imediata da pintura, o que levará tempo e dinheiro, correndo o risco de não atingir o resultado esperado. O banco e os totens deverão voltar as cores originais, mas a principal preocupação é com as placas, que são feitas de uma resina especial que imita o cobre. Funcionários da CMTU pintaram de preto e lixaram os nomes dos pioneiros, para facilitar a leitura e o uso de solvente para desfazer o serviço poderá estragar o material.


“Se a gente não tiver uma lei e grupos de proteção cuidando da nossa memória, a gente vai destruir, destruir, destruir. É exatamente por isso que quando a gente faz um estudo de tombamento, um pedido de preservação, é para que aquela memória não se acabe. Não pode ser que cada um que tenha vontade de fazer um negócio faça por conta própria. Tem regra, tem lei”, disse o secretário de Cultura, Bernardo Pelegrini.


O Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compac) explicou que é comum a manutenção dos monumentos e do mobiliário urbano da Concha Acústica próximo a shows e datas comemorativas, mas ressaltou que a consulta prévia é imprescindível para a realização do serviço.


“Quando o artista que foi contratado para fazer essa obra desenvolveu uma resina especial para fazer essas placas, foi por entender que a placa de bronze ia gerar certo interesse para pessoas que roubam. Nós não sabemos como essa resina vai reagir com a tinta, muito menos com o solvente para tirar a tinta. Pode causar um dano irreversível”, disse a presidente do Compac, Vanda Moraes.

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