As altas do gás de cozinha têm impactado no orçamento de famílias de baixa renda. Em comunidades bem pobres, como a ocupação irregular do Residencial Flores do Campo, uma das alternativas tem sido improvisar um fogão a lenha.
Eliane da Silva faz bicos como cozinheira, mas dentro da própria casa ela passa dificuldade para colocar comida na mesa. Com o preço do gás chegando a R$ 130, acender o fogão ficou mais difícil.
“É só eu e minha filha e a gente tenta manter o gás até chegar o auxílio, mas muitas vezes tem ajuda da comunidade”, diz ela.
A situação de Pâmela Machado é ainda mais delicada. Desempregada e em tratamento contra um câncer de mama. O gás de cozinha está acabando, mas ela também não tem o que cozinhar, a geladeira está completamente vazia. Ela recebe R$ 400 por mês de auxílio do governo, mas o dinheiro não é suficiente para comprar comida e os remédios.
Em meio a tantas necessidades, os cinco filhos estão na casa de parentes. Sem alternativas, ela sobrevive de doações.
“Faz três meses que estou com o gás e agora a situação está difícil. Recebo o auxílio e tem que mandar um pouco par os meus filhos. Agora descobri o câncer, tenho que comprar remédio e fazer quimioterapia”, desabafa.
Para quem tem renda de um salário mínimo, o gás de cozinha representa até 9,75% da renda, mas com último aumento, o botijão de 13kg chega a ser comercializado por R$ 130 e o impacto para as famílias mais carentes, é muito maior. Para quem recebe auxílio de R$ 400 por exemplo, o gás de cozinha pode representar 35% da renda.