Londrina tem mais de 58 mil pessoas sem nenhum tipo de renda, e um total de mais de 26 mil famílias que dependem exclusivamente de benefícios sociais para se manter. Superar a pobreza é um desafio imenso que mobiliza toda a rede de assistência e passa pela aposta em capacitação para transformar histórias.
A recessão econômica seguida de uma pandemia fez muita gente empobrecer. Dados da secretaria de Assistência Social mostram esse aumento. Em 2019, Londrina tinha 51.243 famílias no CadÚnico. Em 2022, o número subiu para 72.476.
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“Tem famílias que tinham um emprego, um financiamento, mas viviam de aluguel, por exemplo, e perderam um emprego, elas desceram de classe social. Isso fez com que elas estivessem em uma situação de vulnerabilidade maior. Eu sempre digo que a fome não vem sozinha”, disse a secretária de Assistência Social de Londrina, Jacqueline Micali.
O trabalho de superação da pobreza começa Prefeitura. O atendimento é agendado. As equipes analisam a situação da família e fazem a inserção no CadÚnico. O Cras (Centro de Referência de Assistência Social) acompanha.
“É avaliada a condição de vulnerabilidade que a família apresenta. O nosso papel principal é de acompanhamento das famílias para vencer as vulnerabilidades. Fazemos encaminhamentos das crianças e adolescentes, acompanhamos a família para que ela não rompa seus vínculos, incluímos em uma geração de trabalho e renda. Tudo isso para que a família vença a situação e não dependa mais do benefício”, explicou Micali.
Pobreza é sinônimo de insegurança alimentar. A Escola Social Marista, no Conjunto João Paz, na zona norte da cidade, oferece o serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para 350 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Trabalho que também passa pela distribuição de alimentos. "Às vezes a gente não tem nem o que dar para os nossos filhos em casa e eles ajudam muito”, disse a desempregada Carolina Aparecida Alves.
O Clube das Mães Unidas é um projeto financiado e gerenciado pela secretaria de Defesa Social e oferece mais de 30 cursos profissionalizantes para cerca de 500 pessoas por mês. “Através dos cursos, eles podem ter acesso a renda, colaborar com a renda da família, além de outros benefícios que vem junto, como a autoestima, o conhecimento, que agrega muito também”, apontou a assistente social Danielle Rodrigues.
No Jamile Dequech, famílias atendidas por programas de transferência de renda municipais participam de reuniões no Colégio Estadual Carlos Mungo. “A gente levanta com as famílias as demandas para que possamos, de alguma maneira, trabalhar junto com a rede de serviços, visando uma melhor qualidade de vida”, completou a assistente social Bruna Bavia.