Fevereiro é o mês dedicado à prevenção da gravidez na adolescência e em Cambé, um centro de atendimento à mulher realiza um trabalho de conscientização com as jovens. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera essa condição de alto risco na maioria dos casos.

A equipe da Clínica da Mulher realiza visitas em escolas e promove conversas. “Fazemos um trabalho de prevenção e planejamento familiar, com sensibilização e reflexão sobre a gravidez, que pode frustrar os planos de vida”, disse a coordenadora do local, Camila Ravagnani.

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Pesquisas mostram que geralmente a responsabilidade da maternidade na adolescência fica para a família das jovens. Porém, muitas vezes ocorre do bebê ir para a adoção, pela falta de condições financeiras e psicológicas da mãe em idade tão precoce e a clínica orienta nesse aspecto.

“Temos um programa que faz a doação do bebê desde a gravidez, mas geralmente as jovens acabam ficando e a criança fica sob a responsabilidade dos avós ou pais, porque elas não têm a maturidade para fazer o cuidado”, explicou Ravagnani.

A maioria das adolescentes quando inicia a vida sexual tem conhecimento dos métodos contraceptivos, como preservativos e pílulas, mas geralmente não fazem o uso correto das alternativas. Na clínica, as jovens têm acesso gratuito a dispositivos com longa duração, como o DIU, que uma vez implantado tem efeito de até dez anos.

Em média, a clínica realiza 80 consultas por mês e desde que foi inaugurada, em 2021, já implantou mais de 400 dispositivos anticoncepcionais.

No Brasil, uma em cada cinco mulheres se torna mãe antes de chegar à fase adulta. Algumas, a partir dos 10 anos de idade. Além da saúde, esse é também um problema social, já que muitas que passam por essa experiência acabam deixando os estudos e enfrentam dificuldade em ingressar no mercado de trabalho.