O número de vasectomias – cirurgia realizada em pacientes do sexo masculino para evitar que eles possam ter mais filhos – cresceu 78,7% entre 2003 e 2009, passando de 19.103 procedimentos para 34.144.
O aumento é creditado às estratégias do Ministério de utilizar a vasectomia como arma na redução da gravidez indesejada, função que hoje é quase exclusiva da mulher. Para isso, no mesmo período, o governo ampliou o valor pago aos hospitais e unidades de saúde que realizam o procedimento, que era de R$ 123,18 e passou para R$ 306.
Segundo os técnicos, a vasectomia é mais barata do que o processo cirúrgico feito em mulheres que não querem mais engravidar, chamado de laqueadura ou ligação das trompas. Além disso, o sexo feminino tem opções não definitivas para evitar gestações, como o uso de anticoncepcionais hormonais, possibilidades não disponíveis hoje aos homens.
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Ainda assim, a realização de laqueaduras supera – e muito – o número de vasectomias na rede pública nacional. No ano passado, foram 58.919 procedimentos do tipo feitos, 72,5% a mais do que o total de vasectomias
Distantes da saúde
Ampliar a participação dos homens no planejamento familiar é também melhorar a qualidade da saúde deles, acreditam os especialistas. O fato das mulheres engravidarem é o que faz o acesso delas aos exames fundamentais para a boa saúde ser maior.
No pré-natal, as grávidas fazem testes cardíacos, pressão,diabetes e aids. Isso explica porque 49,8% das mulheres com mais de 18 anos já fizeram exame para ver se têm o vírus HIV e no recorte masculino o número cai para 30,4%. Antes de passar pela vasectomia, todos os pacientes freqüentam reuniões na unidade básica de saúde, o que encurtaria a distância entre eles e o médico, acreditam os especialistas.
Fonte: Último Segundo