Usuários e servidores da saúde de Londrina enfrentam um problema diariamente. A precariedade das unidades de saúde. Pacientes que frequentam o Pronto Atendimento Infantil (PAI) reclamam. "É muito precária a situação. Não é realizada a manutenção necessária aqui", afirma a dona de casa Michele Godoy. Quem precisa da maternidade também reclama. "No quarto em que fiquei internada, só funcionada uma das quatro tomadas e ainda fazia um barulho de curto circuito", relata a auxiliar odontológico Elisana Neves.
Os médicos também veem problemas. Isso foi constatado pelo sindicato da categoria em visitas às unidades. "Falta médico, medicamento, estrutura física. E para resolver o problema, todos têm que trabalhar juntos", diz o presidente do Sindicato dos Médicos (SindMed) do Norte do Paraná, Alberto Toshio.
No PAI, por exemplo, na recepção há mofo, infiltrações, buracos no teto. Tem até um tecido segurando a porta. E esse é o menor dos problemas no prédio de 18 anos que nunca reformado. Do lado de dentro, você consegue ver o céu, porque a telha quebrou e não foi substituída. Em dias de chuva, essa parte fica alagada. Além disso, portas que não fecham, lâmpadas que não funcionam, mais rachaduras, pisos quebrados e armários medicamentos comprometidos. "O banheiro não tem tranca, no bebedouro não tinha água... É complicado", conta a pensionista Eunice dias do Amaral.
Leia mais:
Paraná decreta situação de emergência em saúde pública para dengue
Regional de Londrina é líder em casos de dengue no Paraná, segundo boletim
Saúde disponibiliza novas doses da vacina bivalente para grupos prioritários
Criança terá que esperar por consulta com cardiopediatra até março de 2024
Na Maternidade, infiltrações e rachaduras também são comuns. Salas sem ar condicionado ou ventilador. Aparelhos quebrados. Há quartos sem janelas e pouca ventilação. O lugar é muito quente. "Tem lugar que o ar condicionado e nem o ventilador funcionam. A pintura tá bem desgastada", relata a dona de casa Daiane Paconato.
Os médicos reclama também da falta de segurança, agressões tem se tornado comuns pela falta de estrutura e os longos períodos de espera. O que reflete também na reclamação dos pacientes, faltam médicos em todas as unidades. Segundo a própria Secretaria de Saúde confirma: atualmente há um déficit de 227 profissionais na rede. E isso sobrecarrega os médicos que estão trabalhando. "Por conta disso, a maioria dos profissionais têm procurado se esforçar para atender toda a população", diz o presidente do SindMed.
O secretário da saúde de Londrina, Felippe Machado, disse que em 2017 vários projetos foram feitos e finalizados com o intuito de melhorar tal realidade. "A partir de 2018, vamos reformar e melhorar a estrutura de 30 das 54 Unidades Básicas de Saúde da cidade. Em relação ao PAI e à Maternidade, as duas unidades vão passar por reformas amplas e restritas, trazendo um ambiente adequado", explica. Ele ainda conta que foi realizada a compra de 40 ares-condicionados, que serão utilizadas para climatizar as unidades básicas e os prontos atendimentos, além de computadores para implantar o prontuário eletrônico.
(Colaboração Ticianna Mujalli)