Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

PUC adia Semana LGBT após abaixo-assinado na internet

06/09/17 às 13:49 - Escrito por Renato Oliveira
siga o Tarobá News no Google News!

A Pontifícia Universidade Católica (PUC) decidiu adiar a Semana LGBT que iria acontecer entre os dias 12 e 14 de setembro no campus de Londrina. A medida foi anunciada na tarde desta terça-feira (05) depois que uma petição eletrônica para barrar o evento foi publicada na internet no início da semana. O evento foi questionado pelo ensaísta e tradutor Bernardo Pires Küster, que alega que a realização do evento  contradiz a ideologia da instituição que é ligada à Igreja Católica. O evento está sendo organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). 

A decisão foi assinada pelo arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom José Maria Peruzzo, que é o grão-chanceler da PUC no Paraná e pelo arcebispo metropolitano de Londrina, Dom Geremias Steinmetz. A nota diz que a repercussão do abaixo-assinado gerou ”diferentes compreensões dos setores da sociedade”. “Para salvaguardar o diálogo e evitar toda forma de intolerância nesse momento conflituoso, a reitoria da PUC PR, juntamente com a diretoria do Campus Londrina, diretoria de Identidade da Universidade e membros do DCE... achou por bem adiar o referido evento”.

A PUC reagendou a Semana LGBT para o período entre 2 e 5 de outubro e incluiu na organização do evento e na participação das palestras um teólogo católico “para garantir o alinhamento com os princípios da Igreja e da Universidade”. No último mês de agosto, a PUC do Rio de Janeiro também promoveu um seminário sobre ideologia de gênero que causou protestos da comunidade LGBT fluminense. O coletivo Madame Satã que defende a causa LGBT protestou na porta da universidade contra a ausência de debatedores favoráveis ao assunto.

Leia mais:

Imagem de destaque
EDUCAÇÃO

Abertas matrículas para formação de docentes em curso integrado ao ensino médio

Imagem de destaque
EM LONDRINA

Quatro novos colégios devem passar por consulta para Programa Cívico-Militar

Imagem de destaque
SAIBA MAIS

Nova lei estabelece como será feita a escolha de diretores das escolas municipais

Imagem de destaque
COLÉGIOS CÍVICO-MILITARES

Dezenove escolas do núcleo de Londrina participam de consulta pública

Em maio de 2016, a PUC de São Paulo promoveu um evento com a temática LGBT que contou com a participação de membros de associações que defendem os direitos de transexuais, como Fernanda de Moraes, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), e a polêmica ex-vereadora Soninha Francine, que também é favorável à causa. Na ocasião, não houve nenhum teólogo católico escalado para o debate. No último mês de agosto, a PUC também polemizou ao abrir um banheiro unissex no campus de São Paulo que também gerou protestos de setores da Igreja.

Vídeo

Bernardo Küster publicou na segunda-feira (03) um vídeo em seu perfil nas redes sociais em questionando a realização da Semana LGBT na PUC de Londrina alegando conflito ideológico entre o teor do posicionamento dos debatedores e as diretrizes da instituição que é ligada à Igreja Católica. Ele diz “que não é contra o debate de temas como o aborto e a ideologia de gênero”, embora seja declaradamente contrário ao assunto, mas criticou a realização do evento numa instituição como a PUC.

Os participantes que estavam escalados para os debates eram a transexual e ativista da área de direitos humanos, Mel Campos, a médica da família, Débora Anhaia de Campos, entre outros nomes.

Na postagem, Küster vai até a porta do Centro Pastoral Dom Bosco onde interfona procurando o arcebispo de Londrina, Dom Geremias Steinmetz. Ele pede também que os católicos e simpatizantes assinem a petição cobrando uma posição do arcebispo. Segundo a assessoria de imprensa da Arquidiocese de Londrina, o número de mensagens que chegaram pedindo o cancelamento do evento havia passado de 10 mil no final da manhã desta quarta-feira (06). 

“No símbolo da universidade (PUC) tem a chave de São Pedro e a Mitra Papal. O que isso significa? Que está sob tutela do Papa e da Igreja Católica. Debater aborto e ideologia de gênero em um auditório chamado João Paulo II é algo muito simbólico. É como se a gente fizesse um evento contra a ideologia de gênero no centro de Sociologia da USP ou da Uel”, comparou ele na postagem.

Küster esteve lotado como assessor no gabinete do vereador Filipe Barros (PRB) até o mês de julho e possui posicionamentos parecidos com o polêmico vereador. Ele diz que “não tem pretensões políticas”, como sair candidato, e que seu posicionamento sobre o aborto e ideologia de gênero “são anteriores ao seu contato com Barros”. Ele teria se desligado das funções da Câmara por causa de “mudanças internas na equipe do gabinete”.

© Copyright 2023 Grupo Tarobá