Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

Premiê da Hungria terá poder quase ilimitado

31/03/20 às 07:16 - Escrito por Estadão Conteúdo
siga o Tarobá News no Google News!

O Parlamento da Hungria aprovou ontem um projeto de lei que dá poderes extraordinários ao primeiro-ministro, Viktor Orban, durante a pandemia de coronavírus. A lei permite ao premiê ampliar indefinidamente o estado de emergência, vigente desde o dia 11, sem necessidade de aprovação dos deputados.

O projeto foi aprovado com o apoio do partido Fidesz, de Orban, por 137 votos a 53. A proposta precisava de 133 votos para a aprovação e foi criticada pelos partidos de oposição, instituições internacionais e grupos de defesa dos direitos civis, por não definir uma data de validade para a capacidade de Orban governar por decreto.

O projeto inclui também medidas contra notícias falsas, que provocaram preocupação de que a lei seja usada para pressionar e amordaçar a imprensa independente. Há a previsão de cinco anos de prisão para quem divulgar "fake news" sobre o vírus ou a respeito das medidas do governo.

Leia mais:

Imagem de destaque
ACIDENTE

Navio bate contra ponte que colapsa e cai com vários veículos nos Estados Unidos

Imagem de destaque
DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Itaipu leva discussão sobre gestão compartilhada da água para conferência da ONU

Imagem de destaque
FIM DA FESTA

Maior fornecedor de armas e drogas para o Comando Vermelho, é preso em bordel no Paraguai

Josué da Cunha
INTERNACIONAL

Paranaense na Flórida, mostra cenário de destruição durante passagem do Furacão Ian

Críticas

"As medidas extraordinárias estão relacionadas à pandemia, sua prevenção, sua eliminação e consequências econômicas prejudiciais", disse Csaba Domotor, vice-ministro de Orban. "Um prazo não pode ser declarado nessa situação. Quem pode dizer para quantos meses de luta temos de nos preparar?", questionou.

"Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para deter a propagação do vírus. O projeto de lei se encaixa perfeitamente no âmbito constitucional húngaro", defendeu a ministra da Justiça, Judit Varga, pouco antes da votação.

Os parlamentares da oposição disseram que estavam dispostos a dar ao governo os poderes solicitados, mas somente se fosse por um determinado período, com a possibilidade de prorrogação.

Ontem, o Conselho da Europa afirmou que "um estado de emergência de prazo indeterminado não pode garantir o respeito aos princípios fundamentais da democracia". Para o deputado independente Akos Hadhazy, a lei é "uma armadilha para a oposição", acusada pelo governo de estar "do lado do vírus".

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse que "acompanha os acontecimentos políticos na Hungria com preocupação". O país tem, segundo dados oficiais, apenas 447 pessoas infectadas e 15 mortes pela covid-19. (Agências Internacionais)

© Copyright 2023 Grupo Tarobá