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Rússia tirou maior parte de seu pessoal da Venezuela, diz jornal

04/06/19 às 06:35 - Escrito por Estadão Conteúdo
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A Rússia retirou seus principais conselheiros de defesa da Venezuela, segundo o jornal Wall Street Journal. De acordo com a publicação americana, que menciona como fonte uma pessoa próxima do ministério de Defesa da Rússia, a estatal russa Rostec reduziu seu pessoal na Venezuela para apenas "algumas dezenas de funcionários", de um total de aproximadamente 1.000 no auge da cooperação entre Moscou e Caracas. A empresa atua nos setores de aviação, eletrônicos e armamento, e treinou soldados venezuelanos.

A retirada gradual deve-se à falta de novos contratos e à aceitação de que o regime de Maduro não tem mais dinheiro para continuar pagando por outros serviços da Rostec. "A Rússia nos informou que retirou a maioria de seu pessoal da Venezuela", escreveu Trump em sua conta no Twitter. Tanto Trump quanto o secretário de Estado, Mike Pompeo, indicaram que a influência russa estava no centro do impasse contínuo entre Maduro e a oposição venezuelana. A Rússia está entre os maiores apoiadores internacionais de Maduro. Nos últimos anos, a Venezuela foi um dos maiores clientes de Moscou na região.

Ontem, o embaixador da Rússia em Caracas, Vladimir Zaemsky, desmentiu a notícia. A assessoria de imprensa da Rostec afirmou que o jornal exagerou. "Em se tratando de especialistas técnicos, eles visitam periodicamente o país para conserto e manutenção de equipamentos antes fornecidos. Há uns dias, por exemplo, nós finalizamos a manutenção de um lote de caças", afirmou a empresa.

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Sob o governo do presidente russo, Vladimir Putin, as exportações de defesa de Moscou se tornaram uma ferramenta de política externa. O comércio de armas é supervisionado pelos próprios funcionários da embaixada para ajudar a fortalecer os laços com parceiros políticos.

O último grande contrato que a Rostec cumpriu com a Venezuela foi a construção de um centro de treinamento para operar helicópteros militares, em março. Até 2018, a empresa ainda operava contratos relacionados ao fornecimento de mísseis e sistemas de defesa aérea.

Em março, o vice-chefe do Estado-Maior da Rússia, o coronel Vasily Tonkoshkurov, desembarcou na Venezuela a bordo de um jato de passageiros Ilyushin com 99 especialistas militares russos. Eles foram acompanhados por um avião de carga Antonov An-124 que transportava 35 toneladas de equipamento.

A Rostec, dirigida pelo amigo de longa data de Putin, Serguei Chemezov, tem enfrentado seus próprios problemas financeiros desde que os EUA, em 2017, começaram a sancionar países que mantivessem relações com a indústria de armas da Rússia. Desde então, vários países atrasaram suas compras de armas russas.

Segundo especialistas, a retirada poderia afetar as negociações entre opositores e o chavismo. Ontem, ministros das Relações Exteriores do Canadá, Chile, Peru, Uruguai e Portugal, membros do Grupo de Lima e da União Europeia se reuniram na ONU em Nova York para discutir a situação na Venezuela.

"A Rostec está enfrentando dificuldades, e pode ser possível uma retirada parcial, o que poderia alterar o frágil equilíbrio dentro das Forças Armadas da Venezuela", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o professor Victor Jeifets, da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Estatal de São Petersburgo e especialista em assuntos latino-americanos. "Mas para a oposição ganhar mais poder de barganha nas negociações, isso teria de se confirmar e comprovar um afastamento da Rússia, o que ainda é um cenário distante." (RODRIGO TURRER/COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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