Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

Sanções impõem desafio a mais para Irã lidar com coronavírus

31/03/20 às 07:16 - Escrito por Estadão Conteúdo
siga o Tarobá News no Google News!

O Irã é um dos países mais afetados do mundo pela pandemia de coronavírus. Com mais de 40 mil casos e 2,7 mil mortes, a situação que já é crítica fica ainda pior com as sanções americanas, que impedem a importação de remédios e outros equipamentos médicos. Segundo uma lista oficial, faltam luvas, máscaras e até seringas.

Suprimentos humanitários aparecem como exceção no texto das sanções americanas, mas as penalidades impedem as empresas de estabelecer uma negociação comercial com o governo iraniano. O país também está impedido de exportar petróleo e produtos manufaturados por conta de sanções secundárias, o que tem agravado a situação econômica.

Os EUA restabeleceram as sanções unilaterais que haviam sido levantadas após o acordo de 2015, com várias potências globais, para interromper o programa nuclear iraniano. Ao assumir a Casa Branca, em 2017, Donald Trump decidiu se retirar do pacto e retomar as sanções, alegando a necessidade de se elaborar um novo acordo.

Leia mais:

Imagem de destaque
ACIDENTE

Navio bate contra ponte que colapsa e cai com vários veículos nos Estados Unidos

Imagem de destaque
DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Itaipu leva discussão sobre gestão compartilhada da água para conferência da ONU

Imagem de destaque
FIM DA FESTA

Maior fornecedor de armas e drogas para o Comando Vermelho, é preso em bordel no Paraguai

Josué da Cunha
INTERNACIONAL

Paranaense na Flórida, mostra cenário de destruição durante passagem do Furacão Ian

Ao jornal O Estado de S.Paulo, o novo embaixador do Irã em Brasília, Hossein Gharibi, disse que até um aplicativo desenvolvido para informar a população sobre a covid-19 foi bloqueado pelo Google, que alegou a impossibilidade de negociar com os desenvolvedores iranianos.

"O problema não é só a falta de equipamentos e suprimentos médicos, mas as outras maneiras pelas quais o terrorismo econômico dos EUA devastou muitos lares, mesmo antes da covid-19, que só tem se agravado", afirmou o embaixador, que antes de vir para o Brasil, era assistente do chanceler iraniano, Javad Zarif.

Na sexta-feira, Zarif pediu que o governo americano libertasse iranianos - segundo ele, muitos cientistas - mantidos presos nos EUA por questões ligadas às sanções americanas.

O chanceler teme que eles estejam ainda mais vulneráveis ao coronavírus. "Soltem nossos homens", escreveu Zarif, no Twitter.

Na semana passada, a alta-comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, pediu que as sanções econômicas impostas a países como Irã - assim como Venezuela, Cuba e Coreia do Norte - fossem flexibilizadas durante a pandemia. Na segunda-feira, o Ministério da Saúde do Irã informou que 117 pessoas morreram em 24 horas, elevando a quase 2,7 mil o número de óbitos provocados pelo surto.

Os números oficiais não incluem cerca de 300 pessoas que morreram, nos últimos dias, após ingestão de metanol, sob a falsa crença de que isso ajudaria a se proteger do coronavírus. Há pelo menos outras mil que ficaram doentes, incluindo crianças. Um médico iraniano afirmou à agência Associated Press que o problema pode ser ainda mais grave, estimando que as mortes podem chegar a 500.

Ainda nos últimos dias, o país enfrenta uma série de distúrbios violentos nas prisões com fugas em massa. O Irã libertou temporariamente cerca de 100 mil prisioneiros como parte de medidas tomadas para conter a pandemia, deixando cerca de 50 mil pessoas atrás das grades.

© Copyright 2023 Grupo Tarobá