O Vaticano quebrou ontem (17), o silêncio sobre o relatório do júri da Pensilvânia que detalha décadas de abusos sexuais de padres católicos, bem como o encobrimentos por parte dos bispos, classificando as acusações de "criminosas e moralmente repreensíveis".
"Em relação ao relatório tornado público, na Pensilvânia, esta semana, há duas palavras que expressam os sentimentos que esses crimes horríveis nos provocam: vergonha e tristeza", disse Greg Burke, diretor de comunicação do Vaticano, reafirmando o que disse em casos semelhantes: "A Santa Sé condena inequivocamente o abuso sexual de menores."
Este responsável acrescentou que as vítimas devem saber que o Papa está ao lado delas: "Aqueles que sofreram são sua prioridade, e a Igreja quer ouvi-los para erradicar este trágico horror que destrói as vidas dos inocentes."
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Roma viveu uma semana negra, com o Papa Francisco a enfrentar crises sobre o abuso sexual em vários continentes, da Austrália à América Latina. O próprio Papa ainda não comentou as acusações que constam no relatório da Pensilvânia, mas há na América quem defenda, tanto entre católicos liberais como até conservadores que se devia pressionar o Papa a responder ao relatório do grande júri.
Segundo o relatório, e com base documentos internos de seis dioceses católicas da Pensilvânia, mais de 300 "padres predadores" foram acusados de abusar sexualmente de mais de mil crianças. Ainda citando o documento, a imprensa norte-americana revelou que algumas das crianças "foram estuprados por via oral, vaginal ou anal". Atos, que segundo o júri foram escondidos pela igreja como "um manual para esconder a verdade".
"Os abusos descritos no relatório são criminosos e moralmente repreensíveis", disse Burke. "Foram atos de traições de confiança que roubaram a fé e a dignidade aos fiéis. A Igreja deve aprender lições difíceis com o passado, e deve haver responsabilidade tanto para os agressores quanto para aqueles que permitiram que o abuso ocorresse", disse diretor de comunicação do Vaticano.
Burke observou ainda que que a maioria das acusações remonta a antes de 2002, quando os bispos católicos dos EUA ainda não tinham adotado as reformas da Igreja Católica nos EUA, que passou a expulsar da igreja os abusadores.