Há 10 anos Londrina ganhou um pedaço do Japão bem no centro da cidade. É a praça Tomi Nakagawa, construída para celebrar o centenário da imigração japonesa ao Brasil. Composta de diversos símbolos da cultura nipônica, a beleza e importância do local resistem, apesar do abandono.
A praça, inaugurada em 22 de junho de 2008, contou a presença do príncipe herdeiro do Japão, Naruhito. O projeto de arquitetura e paisagismo foi elaborado a partir da filosofia e história do Japão.
O gazebo onde acontecem as cerimônias do chá, as lanternas e o nome. Tomi nakagawa foi a última sobrevivente entre os primeiros japoneses que chegaram no Brasil. Foram 52 dias a bordo do navio Kasato Maru, que aportou em Santos em 18 de junho de 1908. Ela se casou aqui e teve 7 filhos.
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O monumento mais importante da praça, com 20 metros de altura, é uma representação artística do navio que a trouxe para o Brasil. As torres representam a força do povo japonês e as ondas são relativas à passagem do tempo em décadas.
O memorial traz os nomes dos 104 pioneiros, homenagem aos imigrantes que ajudaram a fazer a história do estado. Os portais representam a passagem do profano ao sagrado: os pilares são o céu e as vigas são a terra.
Mas nesses 10 anos a história da praça também se confundiu com os problemas históricos da cidade. O lugar de lazer foi ocupado por andarilhos que fazem dali a casa deles. O acampamento improvisado já foi desfeito pela prefeitura várias vezes, mas eles sempre voltam.
No espaço que teve o desafio de conciliar os tradições japonesas com as necessidades urbanas, fica o pedido pela preservação, não apenas da praça, mas de parte da vida de quem ajudou a construir a história.
(Reportagem: Ticianna Mujalli)