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Paranaenses celebram a conquista de água de qualidade nas torneiras de casa

22/03/23 às 09:36 - Escrito por Agência Estadual de Notícias
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A história virou uma espécie de lenda urbana de Jesuítas e ganha ainda mais significado no Dia Mundial da Água, celebrado nesta quarta-feira, 22 de Março. Quem chega à cidade de 8.251 habitantes (estimativa do IBGE), no Oeste do Paraná, escuta aos quatro cantos o enredo que fez da dona de casa Iraci de Oliveira Ferri uma celebridade, vista e revista por milhares de pessoas no mundo virtual.


Foi ela que, mãos espalmadas em sinal de devoção e lágrimas nos olhos, agradeceu aos céus a água que jorrava com grande intensidade no quintal de casa. A graça, como ela diz, saia direto de um poço artesiano instalado pelo Governo do Estado na comunidade Itaguagé em dezembro de 2020. “Obrigada meu Deus por essa água abençoada!”, reforça ainda hoje Iraci, repetindo a passagem que a deixou famosa nas redes sociais.


A cena que colocou fim à agonia de décadas da dona de casa se repete pelos quatro cantos do Paraná desde 2019. Gente que passou a vida dependendo de rios, minas e caminhões-pipas para ter o mínimo de água na torneira virou a prioridade da gestão Carlos Massa Ratinho Junior. De acordo com o Instituto Água e Terra (IAT), responsável pelo programa, 572 sistemas foram perfurados no Estado em 199 municípios, beneficiando cerca de 25 mil pessoas. Um investimento de R$ 6,5 milhões. A previsão é da abertura de mais 450 poços nos próximos três anos, com aplicação de 5,2 milhões. O IAT é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).

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“É um grande projeto, que leva uma solução definitiva para essas pessoas. O Estado busca colaborar com o desenvolvimento, mas sem esquecer o cuidado com quem produz no Paraná”, afirmou o governador. “É uma união de esforços para melhorar a vida das pessoas e aumentar a nossa capacidade de produzir”, acrescentou Ratinho Junior.


É o caso do agricultor Paulo Sérgio Galeriani, também de Jesuítas, comunidade da Estrada Tóquio. Ele planta soja, milho e cria “umas vaquinhas de leite”. O suficiente para viver sem percalços, o que não acontecia na época em que ter um poço artesiano na região não passava de um sonho distante. “Era um sofrimento danado, foram uns 25 anos puxando água do rio com bombas. Um dia tinha água, o outro não tinha. Agora ficou bom demais, coisa de outro mundo”, conta.


Secretário municipal da Indústria e Comércio, Hermano Rocha Cavalcanti lembra que a chegada da água de qualidade às comunidades rurais trouxe ganhos paralelos à Jesuítas. “O povo aqui bebia água de mina, que era em pouca quantidade e muitas vezes contaminada. Isso desencadeava uma série de doenças. Agora, com esse projeto de poços artesianos do Governo do Estado, a água é potável, as pessoas têm mais qualidade de vida e acabam dependendo menos ao posto de saúde”, destaca.


MAMBORÊ – A cidade do Centro-Oeste paranaense, de 12.900 habitantes (IBGE), ganhou cinco sistemas nos últimos anos. O poço obrigou a comunidade Vitor Mendes a se organizar. Uma associação foi criada para legislar e administrar a pequena companhia de água. As 14 famílias pagam R$ 25 por mês para usufruir do equipamento, com direito a 30 mil litros. Quem exceder o volume, paga mais R$ 25, garantindo outros 30 mil litros.


O recurso originado pela taxa vai direto para uma conta poupança e é usado em caso de necessidade, para manutenção dos equipamentos. “Se passar desse consumo por mês, de 60 mil litros, a família é multada porque precisa aprender a usar a água de modo racional. Mas graças a Deus nunca precisamos multar ninguém”, afirma o presidente da associação de moradores, Reginaldo de Oliveira da Silva. “O que a gente sofria não está escrito. O dia que não tinha água, por exemplo, o pessoal ficava sem banho ou tinha de ir até o rio para se levar”.


Caminho até o rio que era constante na vida do agricultor Olivio Mendes de Oliveira. Pegou o trecho por mais de 60 anos. À cavalo, ele percorria as trilhas rurais para buscar água. Voltava carregado com galões que serviam para matar a sede da pequena criação de galinhas, porcos e carneiros. Só parou no dia em que o poço foi instalado na comunidade, no fim de 2021. “Nasci e fui criado aqui no Vitor Mendes, fazíamos de um tudo para ter um pouco de água. Agora é só alegria. Dá para tomar dois, três banhos por dia”, diz, rindo.

“Acompanho essa comunidade há 22 anos. Na época de seca, não havia água de jeito nenhum. Esse povo sofreu demais”, recorda o diretor de Planejamento e Infraestrutura de Mamborê, Carlos Coelho.


APOIO DO ESTADO – Diretor-presidente do IAT, Everton Souza ressalta a importância do projeto, que busca ampliar a qualidade de vida dos paranaenses, especialmente daqueles que mais precisam da intervenção e apoio do Estado. “Essa água pode colaborar para uma pequena irrigação ou para ser dada para as criações, gado, suíno ou frango. Tudo isso tem impacto no fim do mês, ampliando a renda dessas pessoas”, diz, reforçando o pedido para o uso consciente neste Dia Mundial da Água.


“A água é um bem de todos. Precisamos garantir que ela tenha qualidade e chegue a toda população. É o que o Governo do Estado vem fazendo, e isso tem a capacidade de mudar a vida dos paranaenses”, completa o secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge.


Foi o que aconteceu com a dona Iraci. Sem a necessidade de fazer um calendário do dia sim, dia não do abastecimento, ela ajudou a ampliar os negócios da família, que diversificou e aumentou a quantidade de picolés e sorvetes fabricados na pequena indústria caseira. Nos dias de muito sol, não é estranho ver filas em frente à propriedade dos Ferri em busca de um refresco para o calor.

“Eu chorei quando a água saiu do poço pela primeira vez, quase tive um treco. Agradeci a Deus e à Nossa Senhora Aparecida. Ter essa água é uma bênção de Deus”, reforça Iraci, com a sabedoria de quem ganhou o mundo sem sair do Itaguagé.


DIA MUNDIAL – O Dia Mundial da Água foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 22 de março de 1992. A data é um esforço da comunidade internacional para colocar em pauta questões essenciais que envolvem os recursos hídricos e visa a conscientização da população para o uso racional da água.

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