Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

Referência nacional em transplantes, Paraná tem rede solidária que salva vidas

28/11/22 às 11:33 - Escrito por Agência Estadual de Notícias
siga o Tarobá News no Google News!

No início do mês de novembro, a equipe do médico Gustavo Klug Pimentel, que coordena o serviço de transplante cardíaco do Hospital do Rocio, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, cumpriu uma missão: buscar um coração no Interior do Paraná para um paciente do hospital. E para que tudo transcorresse bem era preciso que o intervalo entre a retirada do órgão e o transplante não fosse maior do que quatro horas. Quando esse tempo é ultrapassado, o músculo cardíaco não consegue mais bater em outro corpo.


Como já virou rotina, o transplante deu certo. Uma aeronave do Governo do Estado partiu rumo a um hospital de uma cidade distante da Capital com a equipe médica para fazer a cirurgia de retirada do órgão. Pouco tempo depois, já de volta a Curitiba, o coração seguiu com o helicóptero do Governo até o Hospital do Rocio e antes da janela de quatro horas o paciente que precisava de um novo coração era operado por Pimentel. A cirurgia foi realizada com sucesso.


Este caso ilustra bem um dos setores em que o Paraná se tornou referência nacional: o transplante de órgãos. O Estado é líder nacional em doação por milhão de habitantes. Essa política pública bem-sucedida abre a série de reportagens “Paraná, o Brasil que dá certo”, que trará exemplos de como a administração pública e suas parcerias com a sociedade e a iniciativa privada conseguem transformar vidas. Ou, nesse caso, praticamente gerar novas vidas.

Leia mais:

Imagem de destaque
OPORTUNIDADES

Com 6 mil mulheres contratadas, Paraná teve 3º melhor resultado do País em janeiro

Imagem de destaque
ATENÇÃO MOTORISTA

Vence nesta semana terceira parcela do IPVA 2024 para veículos do Paraná

Imagem de destaque
REPRESSÃO AO CRIME

Novo projeto de lei cria programa de recompensas por informações sobre crimes

Imagem de destaque
ENTENDA

Estado propõe ampliar cargos na PM para atender novo batalhão em Sarandi


De acordo com o último relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), entidade nacional que faz o levantamento desses números, de janeiro a junho deste ano o Paraná registrou 39,7 doações de órgãos por milhão de população, um aumento de 10% em relação ao índice registrado no final de 2021 (35,8). O Paraná é seguido pelos estados de Santa Catarina (37,9 pmp) e Ceará (24,9 pmp). A média nacional é de 15,4 pmp.


O Paraná também é líder no transplante de rim por milhão de população, com indicador de 36,6 pmp, e fica com a vice-liderança no transplante de fígado (26 pmp). Nesses dois casos as médias nacionais são de 22,3 pmp e 9,4 pmp, respectivamente. O Estado ainda apareceu entre as seis unidades da Federação que mais fizeram transplantes de pâncreas (0,7 pmp), pulmão (0,2 pmp), medula óssea (29,1 pmp) e córnea (70,2 pmp).


Segundo a ABTO, o Paraná tem outro componente de destaque: o menor índice de recusas de famílias. Apenas 27% das famílias entrevistadas regularmente pelas equipes paranaenses optam por não fazer a doação. No País, a média de recusa após entrevista é de 44%.


Juliana Ribeiro Giugni, coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, explica que os números expressivos são reflexo de uma equipe dedicada, constante capacitação dos profissionais que atuam no processo e da rede de atendimento de profissionais e equipamentos do Estado, mas também da consciência dos paranaenses. “O esclarecimento das etapas e o acolhimento e apoio às famílias que perdem seus entes queridos são essenciais para que a doação seja efetivada e beneficie aqueles que aguardam na fila por um transplante”, explica.


As doações ocorrem somente após o diagnóstico da morte encefálica e precisam ser autorizadas pela família do doador. “No Paraná buscamos acompanhar todas as famílias desde o momento da abertura do protocolo de diagnóstico de morte encefálica, esclarecendo todas as dúvidas sobre o processo. Apenas após a identificação de potencial doador é que estas famílias passam por uma conversa com as equipes de saúde para esclarecer as dúvidas. Este acompanhamento humanizado é reflexo direto da capacitação dos profissionais que atuam no processo”, afirma.


Atualmente, o Sistema Estadual de Transplantes conta com nove veículos, sendo cinco em Curitiba e um veículo em cada Organização de Procura de Órgãos (OPO): Cascavel, Curitiba, Londrina e Maringá. Soma-se a isso uma equipe de motoristas em Curitiba e o apoio da rede de transporte das Regionais de Saúde no Interior do Estado, além das aeronaves à disposição que garantem a agilidade necessária no transporte – além do coração, quatro horas, para um transplante de fígado são necessários 12 horas, por exemplo.

“A frota das aeronaves do Governo do Estado tem a missão de auxiliar todo o Sistema Estadual de Transplantes no transporte dos órgãos e das equipes médicas. O serviço aeromédico do Estado e o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) auxiliam essa logística, que precisa ser rápida e eficiente”, completa Juliana.


Segundo o secretário de Saúde, Beto Preto, o Paraná tem um histórico de solidariedade que não foi abalado nem com a pandemia. “Mesmo com a crise da Covid-19 afastando as pessoas de procedimentos hospitalares, o Paraná manteve índices representativos de doações e transplantes de órgãos, reforçando o compromisso dos paranaenses com o próximo”, afirma.

© Copyright 2023 Grupo Tarobá