Policial

Conselheira tutelar eleita em Ibiporã é investigada na Operação Necrópole

06 out 2019 às 18:03

Uma das eleitas ao cargo de conselheira tutelar em Ibiporã é investigada na Operação Necrópole da Polícia Civil. Ela foi a mais votada, mas a publicação dos resultados com o número de votos será feita nesta segunda-feira (07). Juliana Zeferino, de 39 anos, foi presa de forma temporária na última quinta-feira (03) por suspeita de ter ligações com uma quadrilha que vendia terrenos de forma irregular no cemitério público da cidade. Ela foi solta na sexta-feira (04) com autorização da justiça e após liberação dos delegados que investigam o caso. Durante este domingo (06), dia da eleição, o resultado tomou conta dos aplicativos de mensagem. Algumas pessoas questionando a legalidade da eleição da nova conselheira investigada. 

Segundo a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Ibiporã, Denise Fabrini Castoldo o resultado da eleição será avaliada tanto pelo conselho, quanto pelo Ministério Público, que tem acompanhado o processo desde início.  “No momento de inscrição, Juliana comprovou a idoneidade moral, não tinha nada que tirasse ela do processo. Segundo o MP, ela é investigada. Ainda há um prazo para impugnação e julgamento. Só teremos o resultado final da eleição em novembro”, aponta.  

Denise aponta que qualquer pessoa pode apresentar pedido de impugnação dos eleitos para o cargo de conselheiro tutelar no prazo de 7 a 11 de outubro. Mas que os pedidos precisam estão embasados e fundamentados. “Não podem levar em conta achismos ou suposições”, alerta. Ela ressalta ainda que a população tem o direito de fazer questionamentos, mas também é preciso ter cautela. “Já imaginamos que devem chegar pedidos sobre isso e todos serão analisados. A polícia está investigando. Quando houver algo substancial claro que tomaremos providencias”, ressalta a presidente do CMDCA.

Ainda não se sabe há quanto tempo o esquema funcionava, mas ele contava com a participação de servidores públicos, como o diretor do cemitério, que permanece preso.

Juliana foi interrogada porque teria participado de uma suposta ameaça feita a uma família vítima do esquema, em nome do marido. Uma família teria comprado um jazigo por intermédio de uma funerária e não teria meios para pagar. Como o parente teria morrido em um acidente de trânsito, a quadrilha ficaria com o seguro DPVAT. Desconfiados, eles suspenderam o acordo e Juliana teria feito as ameaças.  O marido dela continua preso.

Segundo a polícia, Juliana não negou ter feito as ameaças durante o interrogatório, mas negou ter feito isso por conta de esquemas de vendas de terrenos públicos.

Para concorrer a vaga de conselheira tutelar, Juliana teve que passar por cinco etapas do processo de escolha: registro da candidatura, participação com 100% de frequência em curso prévio, prova objetiva e subjetiva com acerto mínimo de 75% das questões, avaliação psicológica e eleição.

No breve currículo de Juliana Zeferino, publicado na página da prefeitura de Ibiporã, a pedagoga conta que mora na cidade há 25 anos, é casada e mãe de dois filhos. Além da formação em pedagogia, tem pós-graduação em neuropsicopedagogia e atua na área há 17 anos.

“Estou disposta a orientar, cuidar, propiciar o acesso a seus direitos, sempre visando o melhor futuro para as crianças, pois o futuro do Brasil delas depende”, conclui. O mandato é de quatro anos e remuneração para o cargo é de R$2.801,02 ao mês.  

Além de Juliana, outros quatro conselheiros foram eleitos. Os conselheiros tutelares são escolhidos pela sociedade e têm a missão de zelar pela garantia e defesa dos direitos da criança e do adolescente, no âmbito municipal.

O Tarobá News entrou em contato com Juliana Zeferino que informou apenas que vai falar com os advogados para saber a melhor maneira de se manifestar. Disse também que tudo aconteceu muito rápido e pediu um prazo para tomar ciência da situação. 

(Atualizada em 07/10 às 09h40)

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