A justiça concedeu liberdade provisória ao ex-guarda municipal Fernando Ferreira Neves, acusado de matar Matheus Evangelista em março de 2018. Preso há dois anos, ele terá que usar tornozeleira eletrônica.
O juiz da 1ª Vara Criminal Paulo César Roldão seguiu o entendimento do Ministério Público (MP-PR) de que a liberdade de Neves não representa riscos ao processo e à ordem pública.
O estudante, que estava em uma festa com amigos, morreu após levar um tiro durante uma abordagem da Guarda Municipal (GM) em março de 2018 na zona norte de Londrina. Segundo o MP-PR, o tiro partiu da arma de Neves.
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A assistência de acusação, que defende a família de Matheus, afirmou que não concorda com a decisão e pretende recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ-PR).
"Os fatos demonstram a gravidade do delito. A forma como ocorreu, as ameaças às testemunhas já mostram devidamente que deveria ser mantida a prisão. Por esse motivo iremos recorrer ao Tribunal de Justiça para que seja revertida essa decisão", afirmou a advogada Inaiane Alves.
"Nós entendemos que foi corretamente aplicado o direto e agora o Fernando terá condições de aguardar o julgamento em liberdade e se preparar para a sua defesa", afirmou André Salvador, advogado que defende o ex-agente.
Dos três GMs presentes na abordagem que resultou na morte de Matheus, apenas Neves responde pelo crime. Os outros dois ex-agentes fizeram acordos com MP-PR e tiveram as acusações retiradas.
O julgamento de Neves estava marcado para este mês, mas foi adiado para março de 2021 por causa pandemia de coronavírus.