Policial

Operação Pecúlio revelou desvios cometidos mesmo após prisão de ex-prefeito e quase todos vereadores de Foz

17 jan 2018 às 08:55

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem seis pessoas, incluindo um vereador em exercício, na 8ª fase da Operação Pecúlio, que há quase dois anos vem revelando um esquema de corrupção em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.

A etapa foi batizada de Renitência, já que, para a PF, houve “obstinação de alguns agentes públicos em se valerem do cargo exercido para cometer ilícitos penais, ainda mais depois das ações repressivas do Estado”. A Renitência começou a ser investigada em abril do ano passado, quando a Pecúlio já havia alcançado fama nacional por levar à prisão o ex-prefeito Reni Pereira (PSB) e 12 dos 15 vereadores da última legislatura do município, encerrada em 2016.

O principal alvo da 8ª fase é o vereador Dr. Brito (Patriotas). Médico de profissão, ele teria lucrado R$ 95 mil, pelo menos, manipulando duas licitações de um hospital municipal para favorecer a sua própria clínica particular.

                                   

“O vereador é pré-candidato a deputado federal e tinha uma necessidade de aumentar seus rendimentos”, disse o procurador Alexandre Porciúncula, do MPF (Ministério Público Federal).

Segundo Porciúncula, há indícios de fraude em pregões de dois contratos entre a clínica do vereador e a Fundação Municipal de Saúde de Foz para prestação de serviços ao Hospital Municipal Padre Germano Lauck. Também foram presas servidoras da prefeitura e o chefe do setor de radiologia do hospital.

O “mentor intelectual” do esquema, segundo Porciúncula, é o jornalista José de Oliveira Reis Neto, conhecido como Cazuza, que era um “assessor informal” do vereador. Os três (Dr. Brito, Cazuza e o ex-funcionário do hospital) estão sob prisão preventiva, sem prazo de soltura. Já as detenções das outras três envolvidas vencem em 5 dias.

O advogado Oswaldo Loureiro, que defende todos os seis alvos desta fase, diz que Cazuza já foi ouvido pela PF e nega qualquer crime, enquanto Dr. Brito ainda desconhece as acusações contra si e não vai se pronunciar. Em seu primeiro mandato, Dr. Brito apresentou projetos polêmicos, como o “Escola Sem Partido”, em outubro do ano passado.

O vereador também tem feito campanha aberta para o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) à Presidência: no último domingo, ele promoveu um “adesivaço” em prol do pré-candidato, angariando apoio de moradores de Foz.

Metro Jornal em Paraná Portal 

Continue lendo

© Copyright 2023 Grupo Tarobá