A Polícia Militar (PM) informou, nesta quarta-feira (12), que identificou e afastou os dois policiais que aparecem em um vídeo atirando dentro da Vila Corbélia, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). As imagens foram gravadas horas antes do incêndio que destruiu cerca de 300 residências no local. A atuação dos policiais no local também é investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

De acordo com nota enviada à imprensa, a PM disse que a corporação é a maior interessada no esclarecimento e está levantando todas as informações para apurar os fatos apontados pelas reportagens. “Ambos os policiais militares foram identificados, afastados das funções e estão à disposição das investigações, que vão apontar o que houve na Vila Corbélia. Além disso, a PM está colaborando com a Polícia Civil e com o Ministério Público, por meio do Gaeco, para a elucidação do caso ocorrido na CIC. A PM lembra ainda que não compactua com desvios de conduta de seus integrantes e caso sejam comprovadas irregularidades, os canais de saneamento e correição serão aplicados ao rigor da lei”, garantiu a PM.

O vídeo foi divulgado por veículos de imprensa ao longo de terça-feira (11). Gravadas por um morador, as imagens mostram os policiais com coletes balísticos. Eles aparecem ao lado de um carro branco e atiram do meio de uma rua. Pelas imagens não é possível saber o alvo dos disparos.

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Incêndio

O incêndio que aconteceu na noite de sexta-feira (7) destruiu a Invasão 29, que fica na Estrada Velha do Barigui, na Vila Corbélia. Mais de 300 casas foram destruídas e famílias perderam tudo. Não houve vítimas fatais, mas o incêndio deixou 80 pessoas desabrigadas.

Para a PM, o fogo foi causado pelo crime organizado. Em coletiva de imprensa, o comandante do 1° Comando Regional de Polícia Militar, coronel Péricles, houve uma retaliação ao fato de alguns moradores terem cooperado com a operação realizada pela corporação após a morte do soldado Erick Norio, do 23° Batalhão da Polícia Militar. “Por volta das 22h25, uma viatura nossa foi atender a um motorista do Uber, na região da invasão, que levou tiros no pescoço durante um assalto. Ele foi cercado por oito pessoas e baleado. Neste momento, nossa viatura no local percebeu uma casa em chamas. Em seguida, outros focos foram verificados. Nós estávamos lá garantindo a segurança física das pessoas. Aconteceu uma retaliação do crime organizado, porque a comunidade nos levou até a autoria do homicídio. As pessoas que não fazem parte do crime foram vítimas disto. Este é o cenário que nos é apresentado”, afirmou.

Alguns moradores da Vila Corbélia, porém, acusam policiais militares de terem provocado as chamas, versão que é rechaçada pelo alto comando da corporação.