Uma reviravolta em um caso de polícia que aconteceu em maio deste ano em Lindoeste. Um rapaz foi baleado, detalhe ele é deficiente mental e o policial envolvido na ação e outros dois colegas, são suspeitos de abuso de poder e alterar cena do crime. O Ministério Público ofereceu denúncia contra eles. 

Figuram como réus no processo os policiais militares Antonio Henrique Martins dos Santos, Anderson José Mazureck e Samuel dos Santos. Segundo a promotoria de justiça, Antônio é acusado de tentativa de homicídio, e os demais policiais de alterarem a cena do crime. 

A denúncia é com base no inquérito policial da 15ª Subdivisão Policial de Cascavel, e o procedimento investigatório criminal que tramitou no núcleo do Gaeco. 

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O caso ocorreu na área rural de Lindoeste, em maio deste ano. Os denunciados foram chamados ao local para averiguação de uma denúncia de invasão de terra e que essas pessoas estariam armadas. No local os policiais não teriam, segundo os autos, visualizado nenhuma pessoa, apenas uma cerca de arame. Eles teriam ido até a fazenda do suposto responsável pela construção da cerca para esclarecimentos.

Conforme o Gaeco, na casa de um funcionário, os policiais avistaram a vítima Isaac Valin, que é deficiente mental, e que não teria atendido a ordem de abordagem dos PM´s. O policial Antonio, segundo o Gaeco, então atirou com uma espingarda três vezes contra o rapaz. O pai dele e outro homem que estavam trabalhando na fazenda correram e avisaram os PM’s que a vítima era deficiente. 

Segundo um dos depoimentos anexados aos autos da denúncia, os policiais diziam que ele estava armado. O pai então perguntou ao rapaz e ele só respondia "eu tava bom". Isacc foi socorrido e levado ao Hospital Universitário. Depois disso, segundo a promotoria de justiça, os policiais teriam colocado na cena do crime um revólver calibre 32. 

O revólver foi apreendido e levado a 15 SDP. Na época o caso foi tratado como legítima defesa por parte dos policiais. A reviravolta veio com os depoimentos dos envolvidos e os laudos que apontavam a deficiência da vítima. 

O Gaeco pediu a prisão preventiva do PM Antônio Henrique pela prática dos crimes de homicídio qualificado e fraude processual, mas o juiz da 1ª vara criminal indeferiu o pedido, mas ainda assim o processo segue tramitando. Os outros dois PM´s são denunciados "por colaborarem com a alteração do local do crime". 

Nota retorno da PM 

De acordo com o comando do 6º Batalhão da Polícia Militar, um inquérito interno apura a conduta dos policiais envolvidos no caso. Sobre a denúncia oferecida pelo Gaeco, o batalhão da PM diz ainda não ter sido informado. Nossa produção também entrou em contato com o 6º BPM para conversar com os três policiais acusados, mas não tivemos retorno por parte dos militares. 

Recentemente dois jovens foram mortos após uma ação equivocada de policiais militares durante uma abordagem na cidade de Salto do Lontra, sendo que após investigações constatou-se que um dos policiais plantou uma arma no local de arma para simular legítima defesa, o policial acusado do crime foi preso e encaminhado para o 6º BPM da Polícia Militar de Cascavel. 

Reportagem: Patrícia Sonsin