Policial

Quadrilha que removia cadáveres e vendia terrenos em cemitério é presa em Ibiporã

03 out 2019 às 08:53

A Polícia Civil cumpre, nesta quinta-feira (3), 50 mandados contra uma quadrilha suspeita de vender ilegalmente terrenos no Cemitério Municipal São Lucas, em Ibiporã. São 13 mandados de prisão temporária decretados pela justiça e 22 de busca e apreensão em endereços ligados a quadrilha em Ibiporã e Londrina. Outros 15 mandados relacionados a sequestro de bens adquiridos com o dinheiro do crime devem ser cumpridos. Entre os bens estão automóveis, imóvel e equipamentos de academia de posse de um empresário ligado ao bando.

Segundo as investigações, a organização criminosas retiraria ossadas antigas de túmulos e descartaria em locais irregulares. Um vereador de Ibiporã e o diretor do cemitério estão entre os alvos. Este segundo, de acordo com a PC, seria um dos líderes da quadrilha. Ele ocupava o cargo comissionado há mais de 10 anos. A casa dele foi um dos alvos de busca e apreensão nesta manhã.

A Polícia Civil está nas ruas desde as primeiras horas da manhã. A concentração antes da operação foi no Iapar, na zona sul de Londrina. Policiais de Londrina deram apoio à recém formada Divisão de Combate a Corrupção, comandada pelo delegado Tiago Vincentini. Policiais da DENARC também participaram da operação.

Funções dos investigados
Segundo a PC, a função do vereador seria indicar a compra de terrenos a terceiros, por intermédio do esquema fraudulento. Também estão entre os alvos, empresários locais, representantes de duas funerárias de Ibiporã.

Já o diretor do cemitério exigia vantagem indevida, entre R$ 2 mil e R$ 22 mil, de pessoas carentes dizendo às vítimas que os terrenos eram de domínio particular e por isso era necessário pagar para usá-los.

O dinheiro era dividido entre o diretor do cemitério e demais investigados, bem como entre outros indivíduos ligados ao líder do grupo criminoso. Os investigados serão indiciados por organização criminosa, lavagem de dinheiro, concussão e vilipêndio a cadáver.

Além disso, os criminosos ludibriavam famílias que tiveram familiares mortos em acidentes de trânsito e resgatavam de forma integral o dinheiro decorrente do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).

Um dos integrantes do bando passava-se por advogado, recebia o dinheiro e não repassava para as vítimas. Ele alegava que o valor resgatado teria sido destinado a despesas funerárias, incluindo a compra do terreno. Geralmente, o “advogado” era indicado por representantes das funerárias envolvidas no crime.

(Redação com assessoria da PCPR)

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