O general Antônio Hamilton Martins Mourão disse ao Broadcast neste sábado que suas declarações são mal interpretadas e negou ter insinuado que o presidente Michel Temer praticou crimes durante a palestra que deu na quinta-feira ao grupo Terrorismo Nunca Mais, em Brasília.
Na ocasião, ele afirmou que Temer governava com um "balcão de negócios", elogiou a pré-candidatura presidencial do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e voltou a sugerir possibilidades de as Forças Armadas intervirem no governo.
Mourão classificou seu afastamento do cargo de secretário de Economia e Finanças do Comando do Exército como uma "movimentação normal". Ele ainda negou que tenha ouvido repreensão do comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas.
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"É uma movimentação normal dentro do Exército. Meu comandante não me falou nada (sobre a palestra). Eu não fiz comentário a respeito do presidente. Eu apenas retratei cenários que estão sendo colocados hoje. Não chamei o presidente de corrupto, de ladrão nem de incompetente", afirmou.
O general sugeriu que suas falas são interpretadas de maneira exagerada. "Cada um interpreta da forma que melhor lhe provém. Há muito tempo qualquer coisa que eu falo é colocada como se fosse algo que vá derrubar o castelo de cartas no País", disse.
Mourão explicou que, quando citou o "balcão de negócios para chegar ao fim do mandato", estava se referindo à negociação política no Congresso, mas não às duas denúncias criminais contra o peemedebista no caso JBS, que os deputados barraram depois da liberação de emendas parlamentares e cargos.
Segundo o oficial, o balcão de negócios é citado na imprensa diariamente. "É uma negociação política. Isso é o balcão de negócios. Eu falei que ele tem tentando aprovar em termos de emenda, de novas legislações, que ele tem que negociar dentro do Congresso. E obviamente que essas negociações às vezes são feitas de forma, digamos assim, mais explícita, e outras buscando administrar o que ele tem condições de administrar."