Política

Em áudio, prefeito pede que Câmara não investigue vereador suspeito de pedofilia

14 jul 2022 às 10:09

Um áudio vazado do prefeito de Apucarana, Júnior da Femac (PSD), repercutiu nacionalmente nesta semana por conta do pedido feito à Câmara Municipal para evitar a abertura de uma Comissão Processante (CP) contra o vereador e aliado político, Mauro Bertoli (União Brasil), suspeito de pedofilia. O áudio foi revelado pelo portal 38 News de Apucarana.


A 6ª Promotoria de Justiça de Apucarana investiga a suspeita de pedofilia, resultado de um pedido de busca e apreensão por parte Ministério Público Eleitoral. Mas, como o caso corre em segredo de Justiça, outras informações não foram divulgadas.


No pedido feito a um vereador, Júnior da Femac fala que o Ministério Público pode “se virar contra” o próprio parlamentar que foi instruído pelo prefeito a apenas dizer que a Câmara está acompanhando a investigação do MP.


Ele ainda pede para que o vereador tranquilize Mauro Bertoli e não crie a Comissão Processante. “Deve ter lá uma situação para o Mauro, mas por ele ter deixado o conteúdo no celular dele. Eu duvido que o Mauro tenha produzido um conteúdo desse, pago para alguém produzir, de forma alguma”, afirma o Junior da Femac no áudio.


O prefeito ainda fala de “contorno político” no caso e pede ajuda do parlamentar. “Nós somos uma base de líderes e precisamos e nós precisamos nos ajudar.”


Após a repercussão do caso, a Prefeitura de Apucarana se manifestou por meio de nota. Confira:


O prefeito de Apucarana-PR, Junior da Femac, esclarece que o áudio divulgado é de trechos de uma conversa que manteve no mês de maio com um vereador. Ele diz ter apenas argumentado sobre fato que já está sendo investigado pelo Ministério Público e a Justiça Criminal da Comarca de Apucarana, há cerca de um ano e meio.


Disse a ele que confio plenamente no Ministério Público e na Justiça, e que apóia toda investigação, sem que haja a politização do caso.


Como pai de duas meninas, repúdio com veemência fatos desta natureza. Como gestor público, mantenho várias políticas de enfrentamento da violência contra crianças e mulheres. 


Como exemplo, o prefeito cita o Comitê de Escuta Especializada, mantido pela prefeitura, como forma de evitar a revitimização de crianças e adolescentes, que sofreram algum tipo de violência. 


Também mantemos na nossa gestão, psicólogos custeados pelo município em todas as escolas públicas estaduais para atender crianças e adolescentes. Mantemos ainda políticas de proteção à mulher tais como o “botão do pânico” e a “patrulha Maria da Penha”, custeados pelo município, além da distribuição gratuita de kits de higiene íntima nas escolas públicas estaduais e nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), visando combater a pobreza menstrual.       

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