Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

Fausto Macedo: operador de Bendine tinha R$ 800 mil em cofre, diz Coaf

06/08/17 às 15:25 - Escrito por Estadão Conteúdo
siga o Tarobá News no Google News!

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) comunicou à Polícia Federal duas movimentações consideradas 'atípicas', uma de R$ 800 mil e outra de R$ 30 mil, nas contas ligadas a Antônio Carlos Vieira da Silva Junior, preso preventivamente na Operação Cobra, 42.ª fase da Lava Jato, apontado como 'operador' do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine.

Na primeira transação, de maior valor, feita em uma conta recém aberta no ano de 2011, os valores foram declarados ao Fisco e eram oriundos de um cofre pessoal.

O publicitário e seu irmão, André Gustavo Vieira da Silva, são investigados pela suposta operacionalização do repasse de R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht ao ex-presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, em 2015. De acordo com as investigações, inicialmente, ainda na presidência do Banco do Brasil, Bendine teria pedido R$ 17 milhões de propinas em troca da facilitação da rolagem de uma dívida da Odebrecht Agroindustrial.

Leia mais:

Imagem de destaque
SAIBA MAIS

TSE rejeita recurso de Cloara Pinheiro; defesa diz que decisão não afeta mandato

Imagem de destaque
ACUSADO DE XENOFOBIA

Câmara de Apucarana descarta cassação de Vereador

Imagem de destaque
ENTENDA

STF anula mais uma condenação de Moro contra André Vargas na Lava Jato

Imagem de destaque
ENTENDA

Terminal Rodoviário é novo ponto de votação para as eleições de 2024

A nova cobrança, de R$ 3 milhões, teria sido feita à época em que Bendine já estava à frente da Petrobrás, em 2015. O repasse foi realizado em três parcelas de R$ 1 milhão em espécie cada. Dois pagamentos ocorreram qando o empresário Marcelo Odebrecht já estava preso, em julho daquele ano.

O Coaf é um órgão ligado ao Ministério da Fazenda responsável por comunicar atividades financeiras que levantam suspeitas sobre lavagem de dinheiro aos órgãos de investigação. Saques e depósitos de mais de R$ 100 mil em espécie são sempre comunicados ao Conselho, mesmo que não levantem indícios de crimes.

O colegiado comunicou movimentações de R$ 830 mil consideradas 'atípicas' em relatório à PF no Paraná, onde Bendine está preso, levantado para identificar repasses relacionados ao departamento de propinas da Odebrecht. Em uma delas, de R$ 800 mil, em uma conta em Recife, ele se utilizou de uma empresa de segurança especializada em transporte de dinheiro para fazer o depósito. A conta era recém criada, no ano de 2011, período pelo qual ele não é investigado no âmbito da Cobra. De acordo com a notificação do Coaf, o valor veio de um cofre de Antônio Carlos.

"Comunicação motivada por movimentação de recursos em espécie, considerada atípica e incompatível com a natureza da conta corrente, recém aberta. consta no cadastro tratar-se de publicitário proprietário de loja de calçados, revenda de motos e agência de publicidade. Segundo informado, valores em espécie guardados no cofre do cliente, provenientes de distribuição de lucros. Valores em espécie declarados no IPRF. Transação já comunicada a esse conselho, por critérios objetivos conforme artigo 12 da circular BACEN 3461/09. Os recursos foram direcionados para aplicação financeira", afirma o Coaf.

A outra movimentação considerada atípica se trata de uma transferência de R$ 30 mil em um posto de gasolina em Araguaína, no Tocantins, que já foi alvo de investigações por lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. O Estado apurou que o processo envolvendo o posto está sob sigilo no STF.

COM A PALAVRA, ANTONIO CARLOS VIEIRA DA SILVA

"Nenhuma movimentação é contemporânea aos fatos investigados. Não faz sentido se justificar do que não tem relação aos fatos. O processo é B.B. E Bendine e não da vida de meu cliente".

© Copyright 2023 Grupo Tarobá