Política

Indefinição sobre Lula deixa vácuo nas pesquisas e na campanha eleitoral

23 ago 2018 às 10:43

As mais recentes pesquisas mostram que a campanha encabeçada por Lula, de dentro da cadeia, tem sido eficaz para ele, mas não para os aliados. O ex-presidente continua a crescer na preferência dos eleitores. Mas, caso o Tribunal Superior Eleitoral cumpra o que manda a Lei da Ficha Limpa e indefira a candidatura do petista, condenado a 12 anos de prisão e, portanto, inelegível, a situação se complica para o PT. Isso porque, até agora, o plano B do partido está estacionado: Fernando Haddad não decola nas pesquisas. Sem Lula na disputa, quem lidera as sondagens eleitorais é Jair Bolsonaro (PSL). E os principais herdeiros do espólio lulista têm sido Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT). Se a eleição fosse hoje, por exemplo, a ambientalista ou o pedetista estariam no segundo turno.

Com o fim do prazo para protocolar as impugnações de candidatura de Lula no TSE, o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, deve pedir hoje para a defesa do petista, preso na Superintendência da PF em Curitiba após ser condenado em segunda instância por corrupção, se manifestar. O grupo de advogados tem sete dias até o julgamento. Depois disso, cabe ao magistrado decidir se a decisão será monocrática ou em plenário. A data limite desejável para a análise do processo é até a próxima semana, porque, se o petista for impugnado, a defesa poderá contestar com dois recursos — um no TSE e outro no Supremo Tribunal Federal.

Até lá, o país vive uma interrogação. Levantamento do Instituto Opinião Política produzido com exclusividade para o Correio mostra que, no cenário sem Lula, no Distrito Federal, a transferência de votos se daria para Marina Silva (Rede) — que cresce de 11,7% para 14,7% —, Ciro Gomes (PDT) — que ganhou 2,3% a mais de votos — e o tucano Geraldo Alckmin — que foi de 6,3% para 7,1%. Fernando Haddad, substituto de Lula, agradou apenas a 5% dos entrevistados. Bolsonaro, que ocupou o primeiro lugar nos dois cenários da pesquisa, manteve a média de eleitores — o primeiro, com 27% e o segundo, com 27,2%.

Na pesquisa nacional do Ibope, o destino dos votos de Lula — que tem 37% das intenções — também fica claro. Marina sai de 6% para 12%, quando o ex-presidente deixa a disputa, enquanto Ciro cresce de 5% para 9%; Alckmin vai de 5% para 7%; e Bolsonaro, de 18% para 20%. Haddad fica nos 4%. No Datafolha, o cenário de repete: Marina sobe de 8% para 16%; Ciro, de 5% para 10%; Alckmin, de 6% para 9%; e Bolsonaro, de 19% para 22%. Haddad repete os 4%, sendo que Lula alcançaria 39%.

Mesmo com comícios, debates presidenciais, palanques e intenso uso das redes sociais, as aparições na televisão e no rádio podem fazer a diferença. As pesquisas após 30 de agosto devem refletir como o eleitor absorve as campanhas. “Mesmo com a internet em alta, os veículos de massa ainda são um diferencial nessa curta campanha. O brasileiro confia mais no que vê na tevê”, explica o cientista político Thiago Vidal. É uma vantagem que o Alckmin carrega. Após firmar aliança com o centrão, ele é o candidato que mais reúne tempo de exposição nacional, com 6 minutos e 3 segundos. Lula, por sua vez, tem 2 minutos e 7 segundos. Bolsonaro, apenas 9 segundos.

Leia a reportagem completa em Correio Braziliense

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