Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

Prefeituras buscam alianças regionais para combater coronavírus

09/04/20 às 11:59 - Escrito por Estadão Conteúdo
siga o Tarobá News no Google News!

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CMN) mostra que, sem conseguir articulação com o governo federal, prefeituras de todo o País têm adotado ações de combate à pandemia do coronavírus com administrações vizinhas e governos estaduais. Além disso, 1.789 cidades disseram não ter estrutura de saúde adequada para enfrentar a crise.

De acordo com o levantamento, 1.533 prefeitos disseram que estão se articulando com os governos estaduais (56% dos que responderam), 1.445 (47% das respostas) têm feito políticas conjuntas com outras cidades da mesma região e apenas 508 (16% dos retornos) afirmaram ter algum tipo de articulação com o governo federal.

A pesquisa foi feita entre os dias 18 e 31 de março com todos os 5.568 municípios do Brasil, dos quais 2.601 (46,7%) do total responderam os questionários. Na conclusão do estudo, a CNM cobra maior interação entre as três esferas de Poder para otimizar as ações de combate à pandemia.

Leia mais:

Imagem de destaque
SAIBA MAIS

TSE rejeita recurso de Cloara Pinheiro; defesa diz que decisão não afeta mandato

Imagem de destaque
ACUSADO DE XENOFOBIA

Câmara de Apucarana descarta cassação de Vereador

Imagem de destaque
ENTENDA

STF anula mais uma condenação de Moro contra André Vargas na Lava Jato

Imagem de destaque
ENTENDA

Terminal Rodoviário é novo ponto de votação para as eleições de 2024

"Por se tratar de um cenário novo e pelo histórico mundial do dinamismo do novo coronavírus, esses números alertam para a necessidade de intersetorialidade das ações de gestão nos três níveis de governo e para a necessidade de envolvimento ativo da população e da sociedade civil quanto às medidas essenciais de prevenção e quebra da cadeia de transmissão", diz o texto da CNM.

Nas últimas duas semanas, o presidente Jair Bolsonaro e os governadores da maioria dos Estados da federação têm travado uma disputa política em torno das medidas de contenção da pandemia.

Bolsonaro chegou a acusar governadores de exagerar nas medidas de isolamento com intenções eleitorais, o que poderia acentuar os efeitos negativos sobre a economia pós-pandemia. Os governadores rebateram o presidente dizendo que estão seguindo as orientações de médicos, cientistas e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O pano de fundo dessa disputa é a eleição presidencial de 2022. Bolsonaro identificou entre os governadores possíveis adversários no campo da centro-direita como João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ) e também na esquerda, a exemplo de Flávio Dino (PCdoB-MA) e Rui Costa (PT-BA).

A pesquisa mostra ainda um número relevante de prefeituras que decidiram tomar medidas mais brandas em relação ao vírus. Segundo o levantamento, ao menos 682 cidades não decretaram estado de emergência ou calamidade pública, 555 não têm plano de contingência para frear a pandemia, 1.133 não fizeram previsão orçamentária específica para o combate à covid-19 e 1.789 disseram não ter estrutura de saúde adequada para enfrentar a crise.

Segundo a entidade, o resultado do levantamento mostra a necessidade de regulamentação da legislação que define as competências de cada esfera de poder na área da saúde e o financiamento destes serviços.

"Existem dois problemas históricos relacionados à definição de competências e ao financiamento do SUS, apontados há mais de uma década pela confederação, que alertam para a necessidade de regulamentação do artigo 23 da Constituição Federal, com a definição clara das competências dos Entes e da política de (sub)financiamento. Esses dois macroproblemas são responsáveis pela sobrecarga administrativa, técnica, financeira e de responsabilização dos entes municipais", diz a CNM.

© Copyright 2023 Grupo Tarobá