Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

‘Suas excelências do STF atuaram com uma boa dose de imoralidade’

09/08/18 às 09:17 - Escrito por Redação Tarobá News
siga o Tarobá News no Google News!

Por 7 votos a 4, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem (09), enviar ao Congresso Nacional proposta de aumento dos salários dos ministros da Corte , para 2019. O salário atualmente é de R$ 33,7 mil e o percentual de reajuste, de 16%.

Caso o reajuste seja aprovado no Orçamento da União, que será votado pelo Congresso, o salário dos ministros poderia chegar a R$ 39 mil, valor que provocaria efeito cascata nos salários do funcionalismo – o subsídio dos ministros é o valor máximo para pagamento de salários no serviço público.

A inclusão, que foi decidida em uma sessão administrativa, é tratada anualmente e deve ser enviada ao Ministério do Planejamento até o dia 31 deste mês para compor o Orçamento dos Três Poderes que será analisado pelo Congresso.

Leia mais:

Imagem de destaque
SAIBA MAIS

TSE rejeita recurso de Cloara Pinheiro; defesa diz que decisão não afeta mandato

Imagem de destaque
ACUSADO DE XENOFOBIA

Câmara de Apucarana descarta cassação de Vereador

Imagem de destaque
ENTENDA

STF anula mais uma condenação de Moro contra André Vargas na Lava Jato

Imagem de destaque
ENTENDA

Terminal Rodoviário é novo ponto de votação para as eleições de 2024

Votaram a favor do aumento os ministros Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux e Alexandre de Moraes. A presidente da Corte, Cármen Lúcia, votou contra o reajuste, assim como os ministros Rosa Weber, Edson Fachin e Celso de Mello.

Sessão

Durante a sessão, os ministros Dias Toffoli e Lewandowski ressaltaram que a proposta não terá impacto financeiro nas contas públicas. Segundo os ministros, foram feitos cortes internos nas despesas para bancar os custos. De acordo com o STF, o impacto no orçamento do tribunal é de R$ 2,8 milhões.

Para defender envio da proposta, Lewandowski disse que os salários dos ministros da Corte estão defasados em 50%. O ministro também demonstrou preocupação com o “estado de penúria” dos aposentados e pensionistas do Supremo, que “não conseguem pagar plano de saúde”.

Contra o reajuste, o decano na Corte, Celso de Mello, disse que “fez uma escolha trágica” ao não enviar a proposta do Congresso. Segundo o ministro, a crise fiscal pela qual o país passa não permite o pedido de aumento. 

O comentário de Ricardo Boechat

"É compreensível que qualquer categoria de trabalhadores lute por repor especialmente por perdas de rendimento impostas pela inflação a seus salários. Os ministros do Supremo são uma categoria de trabalhadores, e estão no topo da cadeia salarial do estado Brasileiro. 

O que beira a imoralidade e passa muito da irresponsabilidade é que eles se concedam um aumento acima da inflação que corroeu os salários em uma proporção menor do que o reajuste obtido num momento de crise monumental com 1,3 milhões de brasileiros sem emprego se quer e a quatro meses da posse de um novo presidente da república que terá que enfrentar essa situação fiscal caótica que estamos aí vendo. Suas excelências atuaram na mais absoluta e responsabilidade e com uma boa dose de imoralidade."

© Copyright 2023 Grupo Tarobá